Cirurgiões plásticos pedem fim urgente de venda livre de injeções de ácido hialurónico em França

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[Fotografia: Pexels/Cottonbro Studio]

Presidente do Sindicato Nacional de Cirurgia Plástica francês lidera uma carta aberta de 199 profissionais cirurgiões plásticos que pedem a regulação da venda de ácido hialurónico e outros injetáveis por riscos para a saúde que, segundo refere, tem vindo a apresentar um “crescimento alarmante de complicações por injeções ilegais”.

Os especialistas subscritores de uma carta aberta descrevem situações “às vezes muito graves, que recebem nas práticas de cirurgia plástica e em emergências hospitalares”.

O documento foi publicado no jornal francês Le Parisien e lança grito de alerta contra a venda livre de ácido hialurónico e outras soluções injetáveis de preenchimento da pele. “Estas injeções ilegais geralmente levam a complicações irreversíveis. Em alguns casos, podem ter levado a sépsis [em que o organismo reage exageradamente a bactérias provocando resposta inflamatória generalizada e possível morte], gangrena e internações em terapia intensiva, com prognóstico vital de pacientes jovens”, refere o documento.

E alerta: “Nunca tais complicações foram identificadas em França em quarenta anos de prática. As vítimas às vezes ficam desfiguradas para o resto da vida e psicologicamente quebradas. Eles não se atrevem a apresentar queixa porque muitas vezes são vítimas de ameaças físicas.”

Atualmente, centenas de injetáveis, não médicos, praticam atos ilícitos sobre a população, em particular os mais jovens e vulneráveis, com grande divulgação nas redes sociais”, acrescenta.

Injeções ilegais disponíveis gratuitamente em farmácias ou online. Também vemos pessoas, inclusive menores, que injetam elas mesmas esses produtos, por exemplo para aumentar o volume dos lábios, seguindo pseudo-tutoriais disponíveis em vídeos online. Diante da gravidade dessa prática ilegal, nós, cirurgiões plásticos, pedimos que seja controlada a venda de ácido hialurónico e outras soluções de preenchimento injetáveis, e que sua entrega seja feita apenas a médicos autorizados a praticar esses atos”, lê-se na carta aberta.