Clube de Harvard recusa aceitar mulheres para as poupar de “más condutas sexuais”

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[Foto: Jannis Tobias Werner /Shutterstock]

Exclusivo, único e masculino. Estes são alguns dos critérios que um dos mais antigos clubes de elite dos alunos finalistas da universidade norte-americana de Harvard, o Porcellian Club, queria manter preservados, ao manter as inscrições bloqueadas para mulheres.

Tratando-se de uma dos mais velhas associações privadas de estudantes, criada em 1791 – que contou com, por exemplo, o antigo presidente norte-americano Theodore Roosevelt entre os seus membros -, a verdade é que nunca incluiu uma única mulher no seu histórico. Tem, inclusivamente, recusado a fazê-lo, contrariando indicações feitas pela própria Universidade.

É que, de acordo com investigações qualitativas e quantitativas que têm sido levadas a cabo pela equipa de estudo do campus que monitoriza comportamentos sexuais, os clubes de finalistas masculinos registam uma alta prevalência de “contacto sexual não consentido”, na ordem dos 47%.

“Forçar as organizações não mistas a aceitar membros do sexo oposto poderia possivelmente aumentar, e não diminuir, o potencial de más condutas sexuais”, declarou Charles M. Storey. presidente do exclusivo clube de alunos do sexo masculino de Harvard.

Fiel à tradição, o Porcellian recusou aceitar a recomendação feita pela Universidade conhecida por ser frequentada pela elite intelectual. O que mudou foi que, pela primeira vez, o presidente deste exclusivo clube de alunos, Charles M. Storey (do ano de formatura 1982) decidiu criticar a imposição e explicar porquê. E as razões que elencou a 13 de abril levaram-no a apresentar, uma semana depois, a demissão.

Se não, vejamos: “Forçar as organizações não mistas a aceitar membros do sexo oposto poderia possivelmente aumentar, e não diminuir, o potencial de más condutas sexuais”, declarou no jornal ‘The Harvard Crimson’.

Tudo isto antes de dizer que o Porcellian Club foi o “bode expiatório” de casos de assédio e agressão no campus”, lembrando que as mulheres não poderiam ser violadas se não participassem.

Dias depois, este presidente da empresa de cervejas Harpoon Brewery, de Boston, pediu desculpa, mas, apesar de declarar que “leva estes temas demasiado a sério”, tal parece não ter chegado e apresentou a demissão.

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