Coleções solidárias, donativos e parcerias. Como a moda se reinventa em tempo de pandemia

iStock-1218078799(1)

Em apenas dois meses, as indústrias da moda e da beleza tiveram de se reinventar por duas vezes. Numa primeira fase e com trabalhadores e clientes reencaminhados para o isolamento social devido ao Coronavírus, o setor respondeu as clamores da sociedade por novas necessidades, em particular por gel desinfetante e máscaras. Desde a indústria do têxtil ao calçado e à da beleza, ninguém parou mediante a nova ameaça à sociedade e todos começaram a trabalhar nos novos produtos que ganharam estatuto de primeira necessidade.

Mas em véspera da abertura das lojas, que já começou a ser feita para as que têm 200 m2, seguindo-se as de 400 m2 e, por fim, as que estão integradas em superfícies comerciais, a 1 de junho, as marcas estão a voltar a encontrar novos caminhos para, através dos seus serviços online, ajudarem quem mais precisa. E as marcas nacionais não se ficam atrás das internacionais.

A portuguesa Salsa acaba de lançar uma coleção solidária cuja totalidade dos lucros reverte para a Cruz Vermelha. Intitulada #NeverSurrender, esta coleção cápsula integra dois jeans de mulher (modelos Wonder e Secret) e dois de homem (Lima e Slender) e uma t-shirt à imagem do movimento Never Surrender, segundo avança o comunicado enviado às redações. “É com grande felicidade que nos conseguimos associar a uma instituição que admiramos e cuja operação vai, com certeza, tornar melhor a vida de muitas pessoas”, afirmou José António Ramos, CEO da Salsa, na mesma nota.

A Ambitious, também lusitana, já revelou os seus planos, que se estendem a 30 de junho, e compromete-se a doar 25% de todas as vendas feitas através do online. A entidade beneficiária será a Cáritas, que ainda esta semana, ouvida pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, revelava ter recebido perto de 50 mil novos pedidos de apoio por parte de famílias afetadas pela crise de saúde pública, nos últimos dois meses.

Também a joalharia nacional procura novas soluções e formas de se integrar de forma ainda mais profunda na sociedade e em tempos de crise de saúde pública. Eugénio Campos criou um colar e uma pulseira com um arco-íris e aliou-se ao Hospital de São João, no Porto. “Cada um custa 39.90€ , dos quais 10 revertem para equipamentos”, refere o comunicado. Donativos que estão limitados ao stock existente.

De fora chegam também notícias de novas formas de apoio, também elas direcionadas. A L’Oréal está a criar um programa de apoio a mulheres vulneráveis devido à crise económica, cumprindo a proteção do meio ambiente. O plano de solidariedade social “L’Oréal Para o Futuro” tem adjudicados, lê-se na nota enviada às redações, 150 milhões de euros, obedecendo a duas prioridades: “Apoiar organizações que apoiam mulheres altamente vulneráveis, as primeiras vítimas da crise económica gerada pela pandemia (…) e contribuir para a regeneração de ecossistemas naturais danificados e esforços para prevenir alterações climáticas”, refere a nota.