‘Colette’: A mais recente personagem histórica no currículo de Keira Knightley

Corista, atriz, jornalista e romancista numa época em que as mulheres não costumavam lançar livros, muito menos contendo a liberdade de conteúdo dos seus. Podia dizer-se que a vida e obra da escritora francesa Sidonie-Gabrielle Colette dava um filme, mas isso seria redundante. Deu vários, sobretudo na TV. O mais recente, ‘Colette’, estreia-se esta quinta-feira, 13 de dezembro, nas salas de cinema nacionais, e é protagonizado pela atriz Keira Knightley.

Na galeria, em cima, recorde as personagens históricas e os papéis de época que a atriz Keira Knightley interpretou.

O filme, realizado por Wash Westmorelan (‘O Meu Nome é Alice’), mostra os obstáculos que a autora de ‘Chéri‘ (1920) e ‘Gigi’ (1944) enfrenta para se impor no meio literário predominantemente masculino da época. Mas discorre, sobretudo, acerca da sua luta para sair da sombra do marido, o editor e também escritor Henry Gauthier-Villars, conhecido pelo pseudónimo de Willy (no filme é representado por Dominic West) e que lançou como seus os primeiros livros da coleção ‘Claudine’, que Colette escreveu no início do século XX e que revelaram as suas qualidades literárias.

O filme mostra o processo de amadurecimento da escritora e a emancipação feminina, nesse contexto, que se vão desenrolando em paralelo com a complexa, desafiante e, ao mesmo tempo, limitadora relação com o marido, que a encorajava a ter casos com outras mulheres.
Experiências que acabaram, ainda que indiretamente, por inspirar os seus livros, assentes na exploração dos sentimentos e relacionamentos humanos e na liberdade sexual. As suas obras causaram impacto nos salões literários parisienses, à época.
‘Chéri’, publicado já depois do divórcio de Willy, em 1920, retrata a história de amor de uma mulher mais velha por um homem muito mais jovem, enquanto ‘Gigi’, considerada a sua obra maior fala de uma jovem educada para ser cortesã e atrair um amante rico, mas que quebra a tradição ao tornara-se esposa dele.
Nascida na aldeia da Borgonha, Saint-Sauveur-en-Puisaye, Sidonie-Gabrielle Colette chegou a ser nomeada para o Prémio Nobel da Literatura, em 1948, e colecionou algumas das mais altas distinções em França.
Quando morreu, em agosto de 1954, foi-lhe negado um funeral católico, por se ter divorciado. Em contrapartida foi a primeira escritora a ter um funeral de Estado, no país, e está enterrada no conhecido cemitério parisiense de Père-Lachaise.
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