Colombo mostra obras de Vieira da Silva em exposição multimédia inédita

O Centro Comercial Colombo, em Lisboa, inaugura esta quarta-feira 26 de junho, uma exposição inédita a partir de obras de Maria Helena Vieira da Silva. No ano em que o Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva completa 25 anos, a fundação que gere o museu e aquele espaço de compras da capital uniram esforços para criar uma mostra inédita multimédia e imersiva a partir da obra da pintora portuguesa.

Vieira da Silva. Exposição imersiva na obra da artista’ (título do projeto) apresenta, até 26 de agosto, 35 obras da artista, em formato multimédia e tridimensional. Trata-se de uma experiência digital onde as obras são trabalhadas e adaptadas a imagens nesse formato no espaço onde essas imagens serão projetadas, permitindo uma imersão do público em algumas obras da carreira da artista. Neste caso, o espaço é o interior de um museu temporário instalado na praça central do Centro Comercial Colombo.

O projeto começou com um convite de Sara Cavaco ao Museu Arpad Szenes Vieira da Silva, tendo cabido a conceção digital à dupla Óskar & Gaspar – coletivo de artes visuais e multimédia, especializado nas áreas de mapeamento de vídeo, projeção 3D e design de palco – e a arquitetura do espaço à plataforma multidisciplinar KWY.studio (veja na galeria, acima, uma pequena amostra do que pode esperar da exposição). As obras de Vieira da Silva foram alvo de animações, efeitos imersivos e desconstruções que permitirão aos visitantes uma aproximação à arte numa experiência única de cor, texturas e expressão, como se vê, em baixo, pela amostra em vídeo.

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Esta iniciativa coincide com a celebração do 25º. aniversário do museu e Mariana Bairrão Ruivo espera que ela contribua para a sua divulgação junto de um público mais vasto. Em entrevista ao Delas.pt, que pode ler na íntegra aqui, a diretora do espaço mostra-se confiante no compromisso que esta exposição promove entre o respeito pela qualidade da obra de Vieira da Silva e a possibilidade em fazê-la chegar a um público que (ainda) não a conheça, nem tenha tido contacto com os originais, expostos no seu museu, situado no Jardim das Amoreiras.

“Temos de ser inventivos e inovadores, mas sempre com um enorme respeito à obra da artista. E eu acho que a qualidade das pessoas envolvidas no projeto deu-nos essa garantia”, afirma, explicando que apesar de não haver “obras originais in loco”, esta é “uma experiência única”, que permitirá às pessoas “poderem entrar na obra da Vieira da Silva, que é super espacial, que tem a ver com perspetivas, espaços, profundidades, com as cores e as formas”. “Isto conjugado é uma relação que, no museu, as pessoas não têm, quando vão ver uma obra de arte. Por outro lado, pode gerar-lhes a curiosidade de virem conhecer os originais ao museu. Esse também é o objetivo.”

Obras que representam as grandes temáticas do trabalho de Vieira da Silva, como os jogos de xadrez ou as cidades estarão representadas nesta mostra, assim como outras menos conhecidas.

Para completar a organização convidou o músico Rodrigo Leão para fazer a banda sonora da exposição que promete despertar todos os sentidos em torno da obra de Vieira da Silva.

“Queremos que as pessoas entrem, não queremos que o museu Vieira da Silva seja um segredo bem guardado”

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