Já foi acusada de ‘estragar’ relações e de roubar o tempo que devia ser partilhado a dois. Os momentos que passamos agarrados a ela são frequentemente vistos como um desperdício, mas parece que afinal a televisão tem sido, isso sim, uma incompreendida, pelo menos no que diz respeito ao papel que pode desempenhar nos relacionamentos. Vem agora um novo estudo afirmar que, afinal, partilhar o gosto pelas mesmas séries televisivas pode alimentar a chama da paixão.
Publicado na revista científica ‘Journal of Social and Personal Relationship’, a investigação incidiu sobre cerca de 250 pessoas que se encontravam envolvidas num relacionamento duradouro, a quem foi pedido que respondessem a um questionário sobre o quão próximo se sentiam do parceiro e qual a importância da relação nas suas vida, assim como quanto tempo passavam juntos a ver televisão ou a ler os mesmos livros e quantos amigos tinham em comum.
É a análise dos resultados que permite concluir que gostar do mesmo programa televisivo aumenta os níveis de intimidade, tornando mais sólida a relação a dois, sobretudo quando se trata de casais que não partilham o mesmo grupo de amigos. Nestes casos, os laços saem reforçados, garantem os investigadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia, uma vez que os personagens de ficção acabam por ocupar o lugar dos amigos que não partilham na vida real.
O que significa que as conversas sobre que novos casos amorosos irão ter os cirurgiões de Anatomia de Grey ou quem vai matar quem na Guerra dos Tronos, muito mais do que uma perda de tempo, tem a mesma capacidade de aproximar os dois elementos de um casal do que um romântico jantar à luz de velas.
Os mais céticos poderão perguntar se este benefício não terá mais a ver com o tempo passado lado a lado no sofá do que propriamente com aquilo que se observa no pequeno ecrã. Mas até a isto os investigadores fizeram questão de dar resposta. E esta é negativa.
Se prefere um bom livro, a boa notícia é que a partilha da mesma leitura com a cara-metade pode ter um efeito semelhante.
