Como ajudar alguém que luta contra a ansiedade

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A pandemia arrastou com ela uma série de desafios pessoais e profissionais. A liberdade como a conhecíamos foi posta à prova e num cenário sem precedentes vimos a saúde mental ser debatida.

Segundo um estudo lançado pela revista científica JAMA, a prevalência de sintomas de depressão foi três vezes maior durante a pandemia da covid-19. Este crescimento exponencial deu-se em simultâneo com o aumento de pedidos de ajuda nas linhas de saúde mental.

Em Portugal, e de acordo com os dados divulgados pela Ordem dos Psicólogos à Rádio Renascença, mais de 70 mil pessoas já pediram apoio psicológico nos últimos 11 meses.

Numa realidade marcada pelo aumento da ansiedade, é essencial saber como agir. A neurocientista Jud Brewer, partilhou uma estratégia:

Cuide de si para poder cuidar do outro

A ideia de reservar um momento para si quando alguém está a lutar contra a ansiedade parece contraproducente. Contudo, segundo a especialista, o segredo é desacelerar e respirar fundo para estar bem preparado na hora de dar resposta ao problema de uma forma calma e controlada.

“Aprendi uma coisa na faculdade de Medicina: quando um dos meus pacientes está a ter um ataque cardíaco, a primeira coisa que preciso de fazer é medir o meu próprio pulso”, explicou Brewer. “Isso não quer dizer que deva ignorar o seu paciente, mas sim certificar-se acerca de si mesmo – se começar a acelerar, vai causar mais problemas”, partilhou.

Além disso, a neurocientista explicou que o impulso de ajudar de forma imediata é, muitas vezes, um ato egoísta: “Tentamos fazer algo rapidamente para dissipar a ansiedade deles, mas que na verdade tem mais a ver com tentarmos fazer-nos sentir melhor a nós próprios, mesmo que inconscientemente”.

O ideal é evitar as atuações bruscas e optar pelo diálogo, fazendo perguntas e estando realmente atento às respostas. Verbalizar a conhecida frase “vai passar”, na maioria das vezes, apenas aumenta a ansiedade e faz com que o visado se sinta incompreendido. O ideal é permanecer junto à pessoa, manter a calma, ouvir e não julgar.

Se sofre de ansiedade aconselhamos, sempre que necessário, um apoio médico especializado. Em Portugal, existem algumas linhas de apoio à saúde mental:

– SOS Voz Amiga: 21 354 45 45 / 91 280 26 69 (16h-24h)

– Aconselhamento Psicológico (SNS24): 808 24 24 24 (24h/dia)