Como as emoções alimentam a nossa forma de comer

São várias as emoções que podem influenciar os nossos hábitos alimentares, como a ansiedade, o stress, a alegria ou a tristeza. Mas que mecanismos ocorrem no nosso organismo para que nos deixemos levar pelo nosso humor na hora de comer?

Como todos sabemos, comer é uma necessidade fisiológica. No entanto, será que quando o fazemos é apenas para responder a esta necessidade, para nos nutrimos? A resposta é não. Hoje, está claro que existe um vínculo entre o ser humano e a sua alimentação, regido por uma série de fatores que associam determinados alimentos a estados de espírito.

Este artigo é da autoria de Inês Nascimento, Nutricionista-coach do PronoKal Group. [Fotografia: DR]

Atualmente comemos porque estamos entediados, incomodados ou até mesmo para nos premiarmos. As pessoas deparam-se com determinados vazios e necessidades nas suas vidas que tentam solucionar através da comida, criando-se uma relação emocional com esta.

É possível distinguir três tipos de fome: a fisiológica, a emocional e a mental. Comer é a resposta correta apenas para a fisiológica, tornando-se necessário arranjar uma solução para as outras duas pois comer não só não resolverá o problema como poderá potenciar outros, como o excesso de peso.

Enquanto nutricionista-coach da PronoKal Group, deparo-me com muitos pacientes em tratamento que afirmam ficar ansiosos pela hora de comer. Partilho algumas dicas que lhes dou:

  1. Primeiro, é muito importante que procurem um aconselhamento que vá além da nutrição, ajudando na adoção de comportamentos saudáveis tendo em conta a sua realidade. Na PronoKal, por exemplo, os pacientes são acompanhados de forma individualizada e única de acordo com as suas especificidades, existindo para isso um questionário e conversa inicial que nos permite perceber como é que estes gerem a sua semana, quais os seus horários e hábitos, entre outros fatores importantes.

  2. As pessoas são todas diferentes. Por isso, é essencial que conheçam bem o seu organismo e de que forma é que este responde a diferentes estímulos externos, desde o cansaço, a ansiedade, entre outros. Se compreendemos o que desencadeia a fome emocional e mental, será então mais fácil controlá-las.

  3. Uma ótima forma de conseguirmos compreender melhor o nosso comportamento face à alimentação é através de um diário alimentar e emocional, onde anotamos a forma como nos sentimos ao longo do dia e quais os alimentos a que recorremos nos diferentes momentos.

Estar atento ao que comemos quando nos deixamos levar pelas emoções não é uma tarefa fácil, podendo até ser bastante complexo devido aos fatores psicológicos e emocionais que estão a atuar nesse momento. No entanto, e pelos exemplos que tenho dos meus pacientes, sei que vale certamente a pena tentar.

Inês Nascimento, Nutricionista-coach do PronoKal Group