Como Carmen Calvo falou às mulheres, à indústria e aos catalães… sem precisar de abrir a boca

Carmen Calvo RT_ Sergio Perez
Vice-primeira-ministra socialista, Carmen Calvo, na noite da vitória do PSOE nas eleições espanholas [Fotografia: Sergio Perez/Reuters]

Na noite de todos os suspenses em Espanha, domingo, 28 de abril, a vice-primeira-ministra socialista do PSOE e com a pasta da Igualdade, Carmen Calvo, acabaria a cantar vitória com uma imagem carregada de simbolismo.

Não fosse a aposta na indústria têxtil espanhola – com um coordenado que somava propostas da Zara e da Mango – a responsável política do PSOE escolheu uma T-shirt com uma inequívoca mensagem feminista, da cadeia de mass market Mango, coincidentemente originária de Barcelona.

As propostas da Zara e da Mango [Fotografia: DR]
As propostas da Zara e da Mango [Fotografia: DR]
E para lá das opções de indumentária mais em conta que não esquecem orçamentos mais magros, Calvo junta a esta relevante mensagem uma piscadela de olho ao movimento power dresssing, como avança o suplemento de moda do jornal El País. Uma tendência que, lembre-se, se pautava pelo uso de coordenados clássicos, estruturados e que evocavam alguma ‘masculinidade‘ e que ficou marcada nos anos 80 do século passado como estando associada a mulheres que começaram a chegar aos cargos de topo no mundo empresarial.

Recorde-se que, de acordo com o sufrágio de domingo, 28 de abril, o PSOE elegeu 123 deputados (resultado de 28,68% dos votos), o PP 66 (16,70%), o Cidadãos (direita liberal) 57 (15,86%), o Unidas Podemos (extrema-esquerda) 42 (14,31%) e o Vox 24 (10,26%).

Na manhã de segunda-feira, a vice-primeira-ministra, Carmen Calvo, declarou que o PSOE deverá formar um executivo progressista que vai tentar conseguir “quatro anos de tranquilidade” com o objetivo de “reforçar a democracia”, acrescentando que tentará governar com 123 deputados.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Sergio Perez/Reuters

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