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Como escapar às burlas mais frequentes nas plataformas de encontros online

[Fotografia: Pexels/Porapak Apichodilok]

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As burlas são esquemas ilícitos para obter ganhos pessoais e estão presentes em plataformas como whatsapp, mbway, olx e, entre outras, as aplicações de dating.

No livro Swipe, match, date são evidenciados alguns tipos de burlas e demais perigos associados a plataformas de encontros e, também, sinais para que possa identificar quem a quer tentar enganar.

As burlas mais recorrentes são os esquemas piramidais, bitcoins e o “clássico” catfish. A autora Rita Sepúlveda explica que esta última acontece quando é criado um perfil falso para enganar a outra pessoa. Já as restantes acontecem quando “alguém se faz de interessado na outra pessoa e no momento do encontro cobra por sexo” e também quando “alguém tenta convencer o outro a participar num esquema económico”.

Livro ‘Swipe, Match, Date’, da editora Arena

Ainda antes de ser ver enredada em esquemas fraudulentos, a autora descreve os sinais de alerta que devem ser verificados. Primeiro, se a pessoa insistir em falar noutra plataforma como o whatsapp ou o messenger, por exemplo, desconfie. Os burlões tendem a insistir ao invés de perguntar ou sugerir, pelo que não deve ceder.

Outro alerta a que deve ficar atenta passa por desconfiar quando as declarações de amor chegam cedo e são exageradas. Se perceber que a pessoa com quem fez match falou há pouco tempo consigo e já a considera o amor da sua vida, tenha cuidado. Pode não passar de uma “lengalenga”.

Querer saber tudo sobre si também pode parecer suspeito. O burlão vai dar imensa informação dele para ganhar a sua confiança. Se lhe disser que está a contar situações íntimas que nunca partilhou antes, saiba que é “tanga”.

“Não bate a bota com a perdigota”. Este é mais um sinal apontado no livro. Se a pessoa for incoerente no discurso, está a defraudá-la. Tenha em mente que, por vezes, pode cruzar-se com mais do que um burlão. O programa do canal National Geographic How Dating Scams Work/Trafficked, de Mariana van Zeller, é recomendado pela autora para que perceba como funcionam as redes de burlões e para que não caia no engodo.

Escrever frases e erros sem sentido também devem ser questionados. No caso do burlão não ser português, copie alguns dos textos e cole-os no Google Tradutor. Se se aperceber que a pessoa se confunde com o masculino e feminino e se as estruturas frásicas não fizerem sentido, bloqueie o perfil e denuncie-o à plataforma. Se não, fique atenta na mesma.

Usar fotografias de outras pessoas é uma atitude típica de burlões. Se achar que a pessoa é incrível “de mais para ser verdade”, pesquise a foto na internet e confira se foi usada noutro meio.

Se não encontrar a pessoa noutras plataformas além da dos encontros e estranhar, pergunte diretamente ao interlocutor e avalie se a resposta faz ou não sentido.

Falar apenas por escrito também é duvidoso. Os burlões arranjam sempre desculpas para não fazer telefonemas nem videochamadas. Se verificar que as desculpas são constantes, pense duas vezes.

Um último sinal indicado passa pela pessoa pedir dinheiro. Mesmo que dê bons argumentos, nunca aceite dar e pense que a interlocutora terá certamente mais amigos a quem recorrer.

Rita Sepúlveda revelou à Delas.pt um questionário online anónimo que fez para perceber se os utilizadores das plataformas de dating já tinham sido vítimas destes esquemas.

“Em 300 pessoas inquiridas, 21 responderam “sim”, sendo que 11 pertenciam ao sexo masculino e 10 ao feminino”, afirmou, constatando “tanto eles como elas reportam ser vítimas de burla”. Apesar de não haver discrepância relativamente ao género, a autora realça que “os homens falam mais abertamente sobre o assunto”.

No que diz respeito à faixa etária, pessoas com 42 anos são as que mais se deixam apanhar nestes esquemas. Ainda assim, Rita Sepúlveda deixa claro que o estudo não é representativo.

Para se proteger destas fraudes são dadas algumas recomendações pela autora que se encontram no livro tais como: agir, perguntar e pesquisar.

Deve começar por tomar uma atitude e perceber se está a ser enganada sem entrar em “paranoia”. Depois deve fazer perguntas à pessoa com quem teve match sobre a vida pessoal dela para a ir conhecendo melhor.

Por último, deve pesquisar mais sobre a pessoa seja no Google ou noutras redes sociais para perceber se existe mesmo, uma vez que há sempre quem se apresente sob um perfil falso. Saiba que quanto mais informação tiver em posse, mais conhece o interlocutor e mais protegida fica.

Antes das advertências, encontra na obra um diagnóstico proposto pela escritora que pode fazer para perceber o seu nível de proteção no que toca aos aplicativos de encontros.