Como o Coronavírus está a apertar as medidas à moda

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[Fotografia: iStock]

De Victoria Beckham à Chanel e à Prada, dos consumidores aos produtores, são múltiplas as formas como o vírus mortal está a asfixiar e a alterar as medidas do mercado da moda.

Os desfiles estavam agendados para maio, mas nem a Chanel, nem a Prada querem arriscar. Por isso, as emblemáticas casas anunciaram o adiamento das apresentações das coleções em Pequim, China, o país onde surgiu o Coronavírus e o mais afetado. Já no início do mês, a cidade de Xangai tinha suspendido a edição regular de moda devido ao surgimento do Covid-19.

Deste lado, também se fazem ouvir os efeitos que a epidemia está a trazer ao setor da moda. Victoria Beckham abordou isso mesmo este fim de semana, durante a Semana da Moda de Londres. Quer como mãe, quer como designer, a ex-Spice Girl reafirmou, citada pelo jornal britânico Metro: “O mercado (chinês) é obviamente muito grande para nós, e penso que isso é igual para toda a gente. Isto é terrível”.

São, também, múltiplas as marcas que têm vindo a encerrar temporariamente os seus espaços, sobretudo na China. A Burberry é disso exemplo tendo anunciado o fecho de 24 das 64 lojas naquele território.

A companhia detentora de marcas como a Versace ou a Jimmy Choo, a Capri Holdings, já se lançou à calculadora e estimou, segundo a revista Harper’s Bazar, uma perda de 100 milhões de dólares até ao momento (cerca de 92,5 milhões de euros). A Ralph Lauren aponta para uma quebra de 70 milhões de dólares (64,7 milhões de euros) desde o início do surto do COVID-19.

Mas se o consumo das marcas de luxo, em grande parte vindo de Oriente, está, numa grande fatia, em suspenso devido aos efeitos da epidemia, também os grandes distribuidores e lojas de mass market começam a fazer contas à vida.

Segundo avançava a estação pública britânica BBC, os grandes espaços de pronto a vestir do país antecipam já atrasos nas entregas das coleções de primavera-verão em quatro a seis semanas. Tudo porque a maior parte da produção é feita na Ásia, com especial preponderância da China.

Não há mortes registadas abaixo dos nove anos de idade

Há semanas consecutivas com o número de contágios e óbitos por Coronavíris a disparar – os dados revelados pelas autoridades chinesas esta terça-feira, 18 de fevereiro, apontam para 1868 mortos e 72.436 infetados -, aquele país liberta os primeiros dados do maior estudo sobre a doença que eclodiu em dezembro. Entre as revelações, é afirmado que, em média, duas a três pessoas por cada 100 infetados pelo COVID-19 acabam por sucumbir à doença.

O estudo – levado a cabo pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CCDC, em inglês) e que analisou 70 mil pessoas infetadas, suspeitas e sem sintomas -, indica que não houve mortes registadas em crianças até nove anos e que, por contraposição, é o grupo de 80 aos e mais que regista a mais alta taxa de mortalidade, com 14,8%. Olhando por género, os homens estão a ser mais atingidos do que as mulheres, numa taxa de 2,8 para 1,7%.

Doenças pré-existentes fazem disparar a propensão para a ferocidade com que o vírus ataca e, segundo este mesmo estudo publicado no Chinese Journal of Epidemiology, elas são, por ordem, as doenças cardiovasculares, a diabetes, as doenças respiratórias crónicas e a hipertensão.

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