Como ter um quarto para dormir profundamente

Acorda mais cansada do que quando se deita, com dores cabeça, atravessada na cama ou com os pés voltados para o travesseiro? Então talvez tenha de fazer mudanças no quarto para passar a dormir melhor.

Descansar durante a noite é essencial para trabalhar com eficiência durante o dia e até para… manter a linha. Alguns estudos defendem que dormir pouco diminui a ação do sistema imunológico, abre caminho para complicações cardíacas e digestivas, além de elevar os níveis de cortisol, o que por sua vez ajuda a aumentar o perímetro da cintura. Por outro lado, a memória é afetada, a pele envelhece precocemente, a fadiga pode ser constante ao longo do dia, além dos níveis de stresse aumentarem.

O Delas.pt falou com a arquiteta Marcelina Guimarães e o geólogo Miguel Fernandes, fundadores da Habitat Saudável (www.habitatsaudavel.com), empresa que se dedica ao estudo das habitações e possíveis elementos de contaminação geoambiental – por exemplo, campos e radiações naturais provenientes das correntes de água subterrâneas, falhas geológicas, redes geomagnéticas, entre outras alterações como níveis de radioatividade. “A partir dos resultados obtidos realizamos um relatório com imagens, desenhos, tabelas e cálculos para transformarmos uma casa “doente” numa casa saudável, em que os isolamentos com materiais naturais como a cortiça são essenciais”, referem.

O quarto, lugar de descontração e repouso por excelência, deverá ser o mais possível desprovido de equipamentos elétricos, defendem. A glândula pineal é radiossensível e a presença destas radiações inibe a secreção da hormona da juventude, a melatonina. Alertam ainda para a existência de radiações, das quais podemos nem sequer ter ideia: a sua fonte pode estar localizada no interior do quarto, noutra divisão da casa ou até mesmo em apartamentos/edifícios vizinhos contíguos à habitação.
Se desconfiar que o quarto pode estar a ser afetado por radiações provenientes do exterior e/ou do seu vizinho (linhas de alta tensão, antenas de telecomunicações, redes wi-fi de uma casa contígua), terá mesmo que contratar um especialista em saúde geoambiental para avaliar e medir potenciais riscos e apontar soluções para a resolução do eventual problema. “Felizmente, hoje em dia, existem no mercado variadíssimas soluções que nos permitem isolar adequadamente as áreas permeáveis à radiação de fonte externa”, garante Marcelina.

“Deve ter-se também em atenção a iluminação”, explica a dupla. “Biologicamente o nosso organismo está sincronizado com os ritmos da natureza que variam com uma periodicidade de 24 horas: a escuridão da noite anuncia que são horas de dormir, assim como a luz do dia anuncia que são horas de acordar”.

Este ciclo de sono e vigília, designado por ciclo circadiano, deve ser respeitado para não “confundir” o organismo. Logo, dormir num ambiente totalmente escuro é essencial para que o nosso organismo gere melatonina, uma hormona segregada pela epífise (glândula pineal) no cérebro, responsável pelo controlo do ritmo circadiano (ciclo dia-noite) e fundamental na defesa do sistema imunitário. Desempenha também um papel importante na eliminação dos radicais livres, responsáveis pela destruição das células, e tem um efeito protetor relativamente ao cancro.

Assim, é fundamental ter um quarto onde dormir um sono verdadeiramente reparador e algumas melhorias, referem os especialistas, podem ser conseguidas em modo “faça você mesmo”, seguindo princípios da Geobiologia e do Feng Shui. Conheça-as na galeria com dicas úteis. E, se quiser saber, mais pode consultar o recentemente lançado livro pela dupla “Uma casa mais saudável, uma família mais feliz”.

Veja, na fotogaleria, em cima, alguns conselhos práticos que a ajudam a ter um sono melhor.

Sara Raquel Silva