Confinamento deverá continuar por pelo menos mais um mês

XV sess„o de apresentaÁ„o sobre a ìSituaÁ„o EpidemiolÛgica da COVID-19 em Portugalî
[Fotografia: António Cotirm/Lusa]

Portugal deverá continuar com o nível de confinamento atual até meados de março, afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido, indicando que o país continua com uma “incidência extremamente elevada” de novos casos de contágio pelo novo coronavírus.

“É bastante evidente que o atual confinamento tem que ser prolongado por mais tempo, desde já durante o mês de fevereiro, e depois sujeito a uma avaliação, mas provavelmente por um período que os peritos hoje estimaram em 60 dias a contar do seu início“, afirmou Marta Temido, após uma reunião virtual com especialistas no Infarmed, em Lisboa, que teve lugar esta terça-feira, 9 de fevereiro.

O patamar a atingir é ter “uma ocupação de unidades de cuidados intensivos abaixo das 200 camas e uma incidência acumulada a 14 dias abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes”, declarou.

Questionada sobre eventuais alterações ao modelo de confinamento e levantamento gradual de restrições, afirmou que “terá que ser dirigida para um momento posterior”, remetendo para as resoluções do conselho de ministros e os decretos do Presidente da República.

Marta Temido indicou que foi pedido aos peritos que cheguem a um consenso sobre “um critério base para reavaliar decisões de alargamento das medidas”, reconhecendo que quanto a números de incidência, risco de transmissão e outros indicadores, “os peritos se têm pronunciado em sentidos nem sempre coincidentes”. “São matérias a que vamos voltar mais tarde”, referiu.

Os números de novos casos diários têm “tendência para decrescer”, mas “nada está adquirido”, salientou Marta Temido, acrescentando que “quanto maior o confinamento, mais rápida será a redução do risco efetivo de transmissão”.

O confinamento decretado em 15 de janeiro marcou o início do decréscimo do número de novos casos, “mais acentuado” a partir do agravamento das medidas e o fecho das escolas, no dia 21 de janeiro.

Embora “mais atrasada”, verificou-se também a partir desse momento uma redução gradual do número de internamentos e de mortes atribuídas à covid-19.

A ministra da Saúde referiu ainda que o confinamento teve impacto nas estimativas que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge fez sobre a possibilidade de, nesta altura, a variante mais contagiosa do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido atingir 60 por cento de prevalência, indicando que se conseguiu “reduzir a sua predominância”.

Marta Temido indicou que o seu ministério já pediu à Direção-geral da Saúde que reavalie os critérios para testagem de contactos com pessoas infetadas no sentido de qualquer contacto, independentemente do risco, poder ter acesso a um teste.