Confinamento: unhas estão mais curtas e em “cor covid-19”

pexels-kristina-paukshtite-3557600
[Fotografia: Pexels]

Nem só à porta de supermercados se fez fila a horas de o país voltar a um confinamento devido ao aumento do número de infetados e mortes por covid-19. Desde que se percebeu que era para esta realidade, de novo, que se caminhava, os telefones das manicures não mais pararam de tocar e as agendas entupiram-se em poucas horas.

Catarina Rodrigues, manicure em Telheiras, Lisboa, revela isso mesmo ao delas.pt. “Esta semana tem sido uma loucura, parece que o mundo vai acabar”, conta a esteticista.

Se tivesse conseguido dar resposta a todos os pedidos que lhe chegaram em pouco mais de três dias, teria de ter “trabalhado consecutivamente mais 24 horas para conseguir atender todas as clientes”, revela. “Na quarta-feira [13 de janeiro] eu e a minha colega fizemos 12 horas de trabalho cada uma. Vim com dois dedos assados de tantas unhas limar”, conta.

Em Espinho, Cristina Maganinho concorda e fala também “numa corrida às unhas nas últimas semanas, uma procura maior desde que se percebeu que se iria entrar em confinamento”. Também neste caso, o horário de trabalho teve de ser alargado para responder às solicitações.

Unhas mais curtas e… mais claras

Catarina Rodrigues e a colega já encontraram o tom de unhas que representa a pandemia. “As clientes têm pedido sobretudo para pintar de claro”, conta, e graceja: “Aqui no salão temos já a cor covid-19, é um tom nude e que mal se nota quando cresce, é a 220 da Andreia. Por isso, começamos a dar-lhe esse nome.”

Experiência diferente tem Cristina Maganinho, que não nota grande diferença. “Tem muita a ver com altura do ano: no inverno os tons predominantes são mais neutras e no verão são mais coloridas”, conta a manicure de Espinho.

“A maior parte das pessoas tem pedido para tirar tamanho, mantendo feitio, mas dando possibilidade de crescimento”, avança Catarina. Cristina não nota tanto tal tendência, mesmo em tempo de pandemia. “Há clientes a pedir curtas, mas também compridas”, afirma.

Agenda de fevereiro já começa a estar lotada

Em Telheiras já se pensa no regresso aos cuidados de mãos e pés, mas nunca antes de 15 de fevereiro. “E já tenho a agenda desse mês quase toda completa”, antecipa Catarina Rodrigues.

Agora, prepara-se para hierarquizar as necessidades de acordo com as especificidades dos serviços prestados às clientes: “Quem veio mais recentemente, ficará para a segunda semana após confinamento. Assim que abrirmos, é preciso dar prioridade às clientes que já tinham arranjado as unhas há mais tempo e ainda antes de todos irmos para casa”.

Carla Bernardino e Mariana Capante