Conheça a equipa maioritariamente feminina que vai arbitrar a Supertaça Europeia

A árbitra francesa Stéphanie Frappart vai fazer história esta quarta-feira, 14 de agosto, quando entrar Vodafone Park, em Istambul, Turquia, para arbitrar a Supertaça Europeia de futebol, entre o Liverpool e o Chelsea.

É a primeira mulher na história a dirigir uma prova masculina deste nível e não será a única. A acompanhá-la estarão a também francesa Manuela Nicolosi e a irlandesa Michelle O’Neill, como árbitras assistentes. O turco Cuneyt Çakir será o quarto árbitro.

Em julho passado, Frappart dirigiu a final do Mundial feminino, em França, entre os Estados Unidos e a Holanda (2-0), com Manuela Nicolosi e Michelle O’Neal, que a acompanham agora na Supertaça europeia.

A escolha de Stéphanie Frappart, 35 anos, pela UEFA, visa “inovar” e trilhar “rumos novos”, segundo referiu a organização europeia de futebol quando da nomeação da francesa. “Já referi em várias ocasiões que o potencial do futebol feminino não tem limites e congratulo-me com o facto de Stéphanie Frappart ter sido nomeada para a Supertaça Europeia deste ano, juntamente com Manuela Nicolosi e Michelle O’Neal”, afirmou o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.

Também o treinador do Liverpool, Jurgen Kloop, congratulou a UEFA pela escolha da francesa Stéphanie Frappart, afirmando que “já estava na hora”. O técnico alemão, que recentemente confessou, numa entrevista à BBC, ter aprendido inglês com a série ‘Friends’ e identificar-se especialmente com as personagens femininas, afirmou em conferência de imprensa esta terça-feira, em Istambul, estar “feliz por fazer parte desse momento [histórico]. Ter, finalmente, uma mulher num jogo muito importante é uma decisão inteligente da UEFA”, concluiu.

A árbitra francesa, que já em abril deste ano tinha feito história ao tornar-se na primeira árbitra a dirigir um jogo da ‘Ligue 1’, entre o Amiens e o Estrasburgo, mostrou-se tranquila esta quarta-feira, em Istambul, não acusando o peso da responsabilidade de ser a primeira mulher a arbitrar uma final europeia masculina, organizada pela UEFA.

“Não tenho medo, nada muda para mim, a não ser ter ficado mais popular”, declarou Frappart, em conferência de imprensa, acrescentando que quer que as mulheres sejam vistas como iguais aos homens, do ponto de vista físico e técnico, para efeitos de competição desportiva. A árbitra que, desde junho, passou a integrar o quadro permanente de árbitros da primeira liga francesa, para a temporada 2019/20, afirmou, em entrevista o site da UEFA, sentir esta nomeação como uma “grande honra para si e para as suas colegas” e esperar que este passo “sirva de exemplo às mulheres árbitras e às jovens raparigas que queiram aspirar a ser árbitras”.

Stephanie Frappart começou a interessar-se pela arbitragem aos 13 anos, quando participava no futebol ainda como jogadora. “Eu jogava futebol, mas também queria aprender as leis do jogo, por isso comecei a arbitrar e continuei a fazer as duas coisas, jogar e arbitrar, até aos 20 anos”. A arbitragem acabou por falar mais alto e Farppart decidiu fazer aí a sua opção de carreira. “Nessa altura, as estruturas de futebol feminino ainda se estavam a desenvolver, por isso senti que seria melhor para mim prosseguir [o percurso] como árbitra”.

Desde então, os passos que tem dado têm sido consistentes e graduais. “Nunca me impus objetivos grandiosos, na verdade. Basicamente, vou definindo as coisas de jogo para jogo. Não tenho um modelo inspirador, mas acompanhei muitos árbitros e todos eles me influenciaram”, refere na mesma entrevista.

O primeiro encontro da primeira liga francesa masculina, que arbitrou em abril, foi um passo importante, admite, mas uma sequência lógica do trabalho que já vinha a fazer na segunda liga, há cinco anos. “Agora que estou no quadro da primeira liga para a próxima temporada, o objetivo é dar o meu melhor e ser bem-sucedida.” Uma postura que traz para o jogo de hoje, com início marcado para as 20h e que opõe o vencedor da Liga dos Campões (Liverpool) e o vencedor da Liga Europa (Chelsea). Frappart e a sua equipa farão a preparação e o estudo habitual antes de cada jogo que realizam, mas, acrescenta a árbitra francesa, “será essencial estarmos totalmente concentrados no jogo no momento certo”.

 

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