As centenárias botas de borracha ditam a tendência para todo o ano

Adorados por muitas mulheres, os sapatos podem ser uma verdadeira perdição. Altos, rasos, mais extravagantes ou mais discretos, há de tudo… e mais um par de botas. E neste caso de borracha.

Numa altura em que o frio e a chuva fazem parte dos nossos dias, ter por perto um par de galochas é uma boa forma de manter os pés quentes e secos, sem sair de moda.

Combinam com qualquer look invernal e podem até ser a peça chave de todo o conjunto, mas a principal função das galochas (e de todos os sapatos) é proteger os pés.

No entanto, a aplicação da borracha na indústria do calçado é relativamente recente. Só no século XIX é que a borracha passa a ser utilizado no fabrico de sapatos, primeiro na sola, depois em todo o modelo.

Na década de 30, do século XIX, Charles Goodyear descobre o processo de vulcanização – aplicação de calor e alguma pressão sobre a borracha, permitindo moldá-la da forma que se pretende. Ao mesmo tempo revela-se um material resistente e impermeável, ideal para resistir à chuva.

Depois de entrar na indústria do calçado através das solas de borracha, houve quem fosse mais longe, como a Hunter e apostasse logo em sapatos totalmente feitos desse material:

Nascida em 1856, as botas da Hunter tiveram grande projeção durante as duas guerras mundiais. O primeiro modelo, designado de Wellington, foi criado para os soldados do primeiro conflito.

“Com a Primeira Guerra Mundial [1914-1918], a empresa foi ordenada, pelo War Office, a fabricar uma bota resistente e adaptada às condições das trincheiras inundadas. No total, foram produzidos 1 185 036 pares”, refere a marca inglesa, em comunicado enviado ao Delas.pt .

Na Segunda Guerra Mundial [1939-1945], a Hunter acabou por fornecer, além de botas, outros materiais de guerra, como máscaras de gás, capas, e mais.

Atualmente, ao famoso modelo Wellington, juntam-se outros: de botas com acabamento brilhante a modelos baços, passando pelos ajustáveis à perna, pelos estampados e por pares com elásticos nas laterais.

“As nossas botas são fabricadas a partir de borracha de látex, proveniente de plantações na Indonésia, Vietname e Tailândia. Estas plantações fornecem borracha da mais alta qualidade. O nosso calçado deve ser usado durante determinadas condições climáticas (chuva ou neve). A principal característica de nossas botas é que se trata de um calçado funcional. São fabricadas com 28 peças de borracha, que depois são seladas ao calor em vez de serem unidas pela cola, evitando que a água entre para dentro da bota”.

Na sua gama de produto, a Hunter inclui ainda mochilas, disponíveis em várias cores. Tudo feito de borracha, um processo composto por várias etapas (na galeria abaixo pode conhecer as várias fases).

De há uns anos para cá que a presença de materiais impermeáveis no calçado, como a borracha e o plástico (PVC), deixou de se resumir a solas ou galochas e ao fator proteção, para assumir um pendor estético e de conforto noutro tipo de calçado. De acordo com a Hunter, “a tendência de calçado de borracha como movimento de moda está em ascensão”, e no mercado atual encontram-se sandálias, sabrinas e até sapatos com atacadores feitos de materiais à prova de água.

Além da Hunter, marcas como Melissa, Havaianas e Lemon Jelly também apostam em sapatos feitos de materiais impermeáveis, os chamados polímeros – que contemplam a borracha e o plástico (PVC).

Com modelos para o inverno e modelos para o verão, porque estes materiais não são sazonais, “este tipo de material é ideal para interagir com água, seja no inverno porque é impermeável, seja no verão para ir à praia ou à piscina”, declarou ao Delas Ricardo Oliveira, Brand Manager da Lemon Jelly.

E para quem receia que os materiais impermeáveis dificultem a respiração da pele, criando uma espécie de estufa para o pé, Ricardo Oliveira reconhece que é preciso “ter alguns cuidados”, mas lembra que estes aplicam-se “tanto com o calçado de plástico [ou de borracha] como com o em pele”. “Devemos alternar o calçado de um dia para o outro, deixá-lo num local arejado para secar e acima de tudo utilizar sapatos produzidos com matérias-primas de boa qualidade”, aconselha. Na Lemon Jelly, exemplifica, são utilizadas “palmilhas de secagem rápida, entre muitas outras características”, que facilitam o conforto.

Agora que já sabe (quase) tudo sobre este tipo de sapatos deixamos-lhe algumas sugestões para este inverno e outras já a pensar no próximo verão. E prepare-se porque os materiais impermeáveis estão em alta e prometem ser tendência na estação quente de 2018, não só no calçado, mas também no vestuário.

Percorra a galeria de imagens acima para ver alguns dos modelos à prova de água que pode incluir na sua sapateira.

[Imagem de destaque: Shutterstock]

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