Coreia do Sul: antiga Presidente ouvida em Seul

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Fotografia de Kim Hong-Ji/Reuters

A Coreia do Norte afirmou esta terça-feira, dia em que a ex-Presidente sul-coreana Park Geun-hye começou a ser interrogada, que o seu “terrível final” responde ao “severo julgamento do país e da história devido aos seus pecados”.

Numa nota, extraordinariamente detalhada, ao contrário do que é habitual, publicada pela agência oficial KCNA, o regime norte-coreano considera que os protestos populares a exigir a destituição da antiga chefe de Estado são uma “demonstração, sem precedentes, de rancor e raiva contra a ditadora Park e parceiros”.

O comunicado apelida a antiga chefe de Estado de “malvada vilã”, que transformou a Coreia do Sul numa “sociedade que trata as pessoas como cães ou porcos” ou “numa horrível terra baldia de obscuridade medieval”.


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Nos últimos dias, os meios de comunicação social estatais da Coreia do Norte endureceram as críticas contra a filha do general Park Chung-hee, uma figura particularmente repudiada na Coreia do Norte, que liderou um regime militar na Coreia do Sul entre 1961 e 1979.

Park Geun-hye começou hoje a ser interrogada pela procuradoria da Coreia do Sul pelo alegado envolvimento no escândalo de corrupção e tráfico de influências.

O escândalo desencadeou protestos populares em massa na Coreia do Sul ao longo de meses, para exigir a demissão da Presidente.

Após a destituição de Park – a primeira de um chefe de Estado desde que a Coreia do Sul voltou a realizar eleições democráticas em 1987 – foram convocadas eleições presidenciais para 09 de maio.

Esta era a última data possível do prazo de 60 dias previsto na Constituição para a realização de eleições no caso de o mandato do chefe de Estado do país ser interrompido.

Trata-se também da primeira vez que as eleições presidenciais são antecipadas na Coreia do Sul.

Ao todo, 30 pessoas foram até agora indiciadas no escândalo que também afetou 53 empresas, incluindo gigantes como a LG, Hyundai ou Samsung.

As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.