Há muita coisa que nos vicia. Acontece a uns mais do que a outros, mas sem nos apercebermos comemos alimentos altamente viciantes – veja na galeria de imagens 12 dos mais viciantes.
Sal, açúcar e gorduras. Esta é composição mágica para muitas cadeias de fast-food estarem sempre cheias de clientes. E nós só nos lembramos da rapidez no atendimento e dos baixos preços.
Por outro lado, ao contrário do que possa parecer, muitos dos alimentos que consumimos não têm apenas a função de nos saciar. Procuram também proporcionar ao consumidor uma sensação de bem-estar, o que ativa no nosso cérebro mecanismos que nos fazem ficar, simplesmente, dependente deles. Curioso, não?
Mas há mais: tal como a cocaína, com o passar do tempo precisamos sempre de mais e mais destes alimentos para nos saciar. E aqui começa o ciclo vicioso: ingerimos mais comida para nos sentirmos mais satisfeitos; e quanto mais comemos, pior para a nossa saúde e mais engordamos, mais propensos estamos a doenças como a diabetes e hipertiroidismo.
A sensação de recompensa
“Este tipo de alimentos provocam uma sensação de recompensa no nosso organismo. Produzimos dopamina. E além do mais, comer não é mal visto; é bem considerado socialmente. Comer quatro hambúrgueres não é o mesmo que consumir drogas”, explica ao ‘El Mundo’ o psicólogo clínico Sergio García. Para este especialista, o mais importante é conhecer os riscos deste comportamento. “A maioria das pessoas já desejou alguma vez comer mais do que devia, mas conteve-se. Os indivíduos normais fantasiam o que os indivíduos patológicos realizam.”
Mas não se trata apenas de controlar os nossos ímpetos. Para o coordenador do Comité de Nutrição da Associação Espanhola de Pediatria, José Manuel Moreno Villares, este tipo de atração corresponde também a um fator cultural. Remonta aos períodos de fome. “São recordações históricas da humanidade. É como um instinto. Em tempos de escassez nunca se sabia se teríamos o que comer no dia seguinte. Por isso, sempre que se podia, escolhiam carnes ou aquelas comidas mais calóricas. Para aguentar.”