Covid-19: Fim das restrições adiado. Veja o que vai continuar a ser obrigatório

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[Fotografia: Anna Shvets(/Pexels]

Era uma data eventual, mas já não vai acontecer. Tudo indicava, a 24 de fevereiro, que a 3 de abril as restrições contra a pandemia provocada pela covid-19 chegariam ao fim.

Porém, tal não vai acontecer. Esta quarta-feira, 23 de março, o Conselho de Ministros aprovou a resolução que prorroga a declaração da situação de alerta, no âmbito da pandemia da doença Covid-19, até às 23:59h do dia 18 de abril de 2022. O diploma mantém inalteradas as medidas atualmente em vigor.

Ou seja, com este prolongamento – e numa altura em que os números estão a voltar a subir – mantêm-se em vigor a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços interiores públicos, serviços de saúde e transportes. Para quem não tem a dose de reforço da vacina, exige-se teste negativo ao coronavírus SARS-CoV-2 nas visitas a lares e em estabelecimentos de saúde, tendo em conta que são grupos de especial vulnerabilidade.

Recorde-se que se esperava que a redução do número de vítimas da covid-19 viesse a ter lugar, com os especialistas a projetarem o dia 3 de abril como o momento em que o país estaria no limite de 20 mortes por milhão de habitantes provocadas pelo vírus e a 14 dias. A revelação foi feita pelo especialista em Saúde Pública da Direção-Geral da Saúde (DGS) Pedro Pinto Leite e confirmada nesta manhã de quinta-feira, 24 de fevereiro, pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, à margem das Jornadas de Atualização em Doenças Infecciosas do Hospital de Curry Cabral.

Mais de seis mil pessoas morrem por semana na UE

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças alertou esta terça-feira, 22 de março, que mais 6.000 pessoas ainda morrem por semana na União Europeia devido à covid-19, numa altura de subida de casos perante novas variantes.

“Desde a última semana, a tendência de notificação de casos, que estava a diminuir nas últimas semanas, está agora a aumentar novamente, embora as políticas de testes sejam agora tão diferentes que é muito difícil fazer uma avaliação real”, declarou a diretora do ECDC, Andrea Ammon, numa audição na comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar do Parlamento Europeu.

Vincando que “o lado bom é que a taxa de mortalidade continua a diminuir”, a responsável lamentou que “ainda são mais de 6.000 pessoas que morrem por semana na UE por causa da covid-19”.

De acordo com Andrea Ammon, “também a ocupação da unidade de cuidados intensivos e os indicadores continuam a ser relativamente baixos”.

Fazendo uma estimativa sobre as próximas semanas, a diretora do ECDC assinalou que “muitos países da UE e do EEE [Espaço Económico Europeu] têm ou estão a aproximar-se de níveis elevados de imunidade da população para doenças graves através de vacinação ou infeção natural”.

“A trajetória futura da pandemia de covid-19 será afetada por vários fatores, entre eles a duração desta imunidade, a proteção cruzada [com vacina e imunidade natural] e o aparecimento de novas variantes e […] prevemos que a situação epidemiológica continue a flutuar e que continuarão a surgir variantes”, vincou Andrea Ammon, pedindo que os países europeus mantenham “elevados níveis de prontidão nos sistemas de saúde para lidar com os surtos”.

A incidência de novos casos de coronavírus em 14 dias voltou a subir na Europa, após várias semanas de declínio sustentado, informou o ECDC na passada sexta-feira.

CB com Lusa