Covid-19: Mais de sete mil profissionais de saúde morreram no combate à pandemia

saúde covid-19 pexels
[Fotografia: DR]

O alerta chega da Amnistia Internacional (AI) e é preocupante. Segundo esta organização internacional, estima-se que “mais sete mil profissionais de saúde morreram em todo o mundo devido à COVID-19”. Estando na primeira linha de combate à pandemia, estão especialmente expostos e vulneráveis ao novo Coronavírus.

De acordo com a AI, o México é o país com mais mortes, somando 1320 vítimas. Segue-se-lhe os Estados Unidos da América, com 1077, Reino Unido, registando 649 perdas humanas, e o Brasil, já com 634. “A morte de mais de sete mil pessoas enquanto tentavam salvar outras vidas é uma crise a uma escala impressionante. Todo o profissional de saúde tem o direito de estar seguro no trabalho e é um escândalo que tantos estejam a pagar o preço mais elevado”, defende o responsável de Justiça Económica e Social da AI, Steve Cockburn.

O mesmo responsável, citado em comunicado, lamenta que “tantos meses depois do início da pandemia, os trabalhadores da saúde continuam a morrer a níveis terríveis, em países como México, Brasil e EUA, enquanto a rápida disseminação das infeções na África do Sul e Índia mostra a necessidade de todos os Estados agirem”.

Para Cockburn, a “cooperação global” deverá ter lugar “para garantir que todos os profissionais de saúde recebem equipamentos de proteção adequados, de forma a que possam continuar o seu trabalho vital sem arriscar as próprias vidas”.

Recorde-se que, a 13 de julho, a organização apontava para três mil os trabalhadores da saúde que perderam a vida neste combate. O número, mais do que duplicado em mês e meio, é justificado “pelo aumento das taxas de infeção em vários locais, bem como pela disponibilidade de novas fontes de dados”, refere a nota enviada à comunicação social.

Para lá dos quatro países já referidos, entre os países com maior taxa de mortalidade dos profissionais de saúde estão a Rússia (631), a Índia (573), a África do Sul (240), Itália (188), Peru (183), Irão (164) e Egito (159).

O caso português

Recorde-se que Portugal foi confrontado com a morte do primeiro médico, vítima de Covid-19, a 18 de junho.

O país tem vindo a debater-se com taxas de contágio em hospitais, com os profissionais de saúde numa situação de especial vulnerabilidade. Se esta quarta-feira, 2 de setembro, a ministra da Saúde, Marta Temido, declarava a existência de cinco casos na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa (dois enfermeiros e três assistentes operacionais), nos dias anteriores o Hospital de Santarém pedia reencaminhamento de doentes urgentes por falta de médicos, quatro deles com Covid-19 e 15 em isolamento por “contacto de alto risco”.