Criança de 11 anos violada é obrigada a fazer cesariana por lhe ser recusado abortar

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Uma criança de 11 anos que engravidou depois de ter sido violada, pelo namorado da avó, foi obrigada a ter o bebé, através de uma cesariana, depois de as autoridades argentinas lhe terem recusado a interrupção da gravidez a que tinha direito por lei.

Segundo o The Guardian, as autoridades de Tucumán, no sul da Argentina, ignoraram os vários pedidos, da família e de várias associações, para que fosse feito o aborto, que, apesar de proibido por lei, é permitido, por um artigo em vigor desde 1921, em casos de violação ou de risco de vida da mãe. Um médico ouvido em tribunal declarou que a menina correria “grave risco obstétrico” se prosseguisse com a gravidez.

A gravidez, como resultado de uma violação, também terá abalado profundamente a criança. De acordo com o mesmo jornal, a menina terá tentado suicidar-se duas vezes e terá dito ao psicólogo que a acompanhou no hospital, depois dessas tentativas: “Quero que tire o que aquele homem pôs dentro de mim”.

Na terça-feira passada, e ao fim de 23 semanas de gravidez, a menina acabou por ter de ser submetida a uma cesariana. O bebé tem poucas hipóteses de sobreviver.

A decisão das autoridades argentinas é descrita, por ativistas, como “a pior forma de crueldade para esta criança” e é vista como parte da estratégia anti-aborto do país, que obriga adolescentes a prosseguirem com as gravidezes, mesmo nos casos em que a lei lhes permite abortar.

No final de janeiro, refere a edição brasileira do El País, o Governo de Salta (no extremo norte da Argentina) realizou uma cesariana em uma menina de 12 anos que também tinha sido violada e que pediu para que lhe fosse feito o aborto a que tinha direito por lei.

AT

 

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