Crianças: Dois pequenos almoços fazem melhor do que nenhum

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(Foto: Shutterstock)

A solução parece ser simples: tomar um pequeno-almoço em casa e, em seguida, tomar outro na escola. Este pode ser um dos métodos eficazes para combater a propensão para o excesso de peso e obesidade infantis. Eis uma das principais conclusões a que chegaram os pesquisadores da equipa conjunta da Community Alliance for Research and Engagement (CARE), da Escola de Saúde Pública de Yale, e do Rudd Center for Food Policy & Obesity (Rudd Center para a Política da Alimentação e Obesidade), da Universidade do Connecticut.

“No que toca à relação entre o pequeno-almoço na escola e o peso corporal, o nosso estudo aponta para o facto de dois pequenos-almoços fazerem melhor do que nenhum”, declarou Marlene Schwartz, investigadora do Rudd Center.

De acordo com o estudo agora divulgado na revista ‘Pedriatric Obesity’ (Obesidade Pediátrica), tomar o segundo pequeno-almoço na escola é saudável e as crianças em idade escolar que o fizerem correm menos riscos de virem a ser obesas ou de terem excesso de peso quando comparadas com os que não o fazem. De uma outra perspetiva, os miúdos que não comem em casa, após acordar, ou fazem-no mas de forma irregular arriscam duas vezes mais a possibilidade de virem a ter excesso de peso ou mesmo obesidade. Mais do que as crianças que comem duas vezes de manhã.

Um estudo que decorre num país (Estados Unidos da América) onde uma em cada cinco crianças não toma ou toma de forma irregular o pequeno-almoço em casa, antes de sair para a escola. Nesta investigação colaboraram 584 estudantes do ensino básico provenientes de 12 escolas diferentes, de zona urbana e que disponibiliza pequeno-almoço e almoço. Durante dois anos (do 5º a os 7º anos, de 2011/12 a 2013/14), os investigadores reuniram e sistematizaram dados relativos ao local onde tomavam o pequeno-almoço, os padrões e as variações de peso. Apesar do acrescento calórico trazido pela ingestão de um segundo pequeno-almoço, os pesquisadores concluíram que, naquele período de tempo, quem tomava dois pequenos-almoços não tinha uma significativa diferença de peso face aos outros estudantes.

Por cá e já em 2010, especialistas portugueses acreditavam que 1/3 das crianças não estava a tomar pequeno-almoço de manhã. Os técnicos alertavam para o facto de se desconhecer a realidade portuguesa em concreto e temerem o facto de grande parte dos miúdos não estar a fazer a primeira refeição do dia de forma completa ou correta.