Crianças ucranianas vão ser integradas nas escolas “tão rápido quanto possível”

escola 42337944_9U36TK
[Fotografia:JAMES ARTHUR GEKIERE / various sources / AFP]

Todas as crianças que venham da Ucrânia fugidas da Guerra, com idades entre os 6 e os 18 anos, legalizadas ou não, “serão integrados no sistema [educativo], tão rápido quanto possível”.

A garantia é dada pelo Ministério da Educação em comunicado enviado às redações esta terça-feira, 8 de março, afirmando que “os moldes desta integração estão a ser delineados a nível nacional, tendo em consideração os resultados das auscultações feitas a entidades que, pela sua natureza administrativa, pedagógica e cultural, possam contribuir de forma significativa para um processo ágil e simplificado de acesso à Educação”.

O governo diz ter já em marcha medidas para acelerar esta integração de crianças e jovens requerentes de proteção internacional e que passam pela “simplificação de procedimentos na concessão de equivalências de habilitações estrangeiras e/ou posicionamento e inserção num dado ano de escolaridade e oferta educativa; Integração progressiva no currículo português e reforço da aprendizagem da língua portuguesa; Constituição de equipas multidisciplinares de acordo com os recursos existentes, com a missão de propor e de desenvolver estratégias adequadas e Ação Social Escolar”.

A integração educativa pode vir a ser feita dentro e for a do contexto escolar. No primeiro cenário, há uma “integração progressiva no sistema educativo português, com frequência, numa fase inicial, das disciplinas que a Escola considere adequadas; reforço da aprendizagem da língua portuguesa enquanto língua não materna e o seu desenvolvimento enquanto língua veicular de conhecimento para as outras disciplinas do currículo; Apoio de equipas multidisciplinares da Escola”.

Já no que diz respeito aos modelos de receção fora do espaço da escola, a nota do Ministério da Educação avança com medidas como “a aprendizagem da língua portuguesa enquanto língua não materna (assegurada pelo AE/ENA de referência); acompanhamento por equipa multidisciplinar no centro de acolhimento, constituída por docentes/técnicos especializados, psicólogos, assistentes sociais, intérpretes, monitores, entre outros”.

Para quem está no terreno a auxiliar refugiados, a educação é prioritária. Ao Delas.pt, a ativista e voluntária Sonia Nandzik-Herman conta como a falta de escola está a revelar-se uma tragédia nas crianças e jovens que estão a chegar ao Mediterrâeno e fugidos das guerras do Médio Oriente. Da falta de concentração à agressividade, passando pela incapacidade de gerir emoções, leia o testemunho na íntegra aqui.