Crise climática empurra pessoas a reconsiderar a natalidade

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As alterações climáticas, o futuro catastrófico do planeta está a levar as pessoas a reconsiderarem serem pais e mães. As conclusões decorrem do estudo Preocupações eco-reprodutivas na era das alterações climáticas que auscultou 600 indivíduos com idades entre os 27 e os 45 anos, na maioria mulheres, indicando que 96% estavam muito ou extremamente preocupados com o bem-estar de possível filho e do futuro deste num mundo que atravessa mudanças climáticas profundas.

A análise, que pode ser lida no original aqui, indica que a equação da natalidade num mundo em alterações do clima é cada vez mais evidente para uma maior fatia da população Mais: o estudo encontrou quem mostrasse arrependimento por ter tido filhos tendo em conta o estado do planeta. Dados estatísticos que apontam para 6% das respostas dadas.

Dos inquiridos, e apesar das alterações climáticas, seis em cada dez revelou que estava preocupado com a pegada de carbono deixada por um novo ser humano ao longo de toda uma vida e de como isso afetaria o planeta. Sobre este aspeto, o coordenador do estudo publicado no Journal of Climate Change, vinca que “os receios relativos à pegada de carbono que decorre de ter filhos tendem a ser abstratos e áridos”.

Porém, Matthew Schneider-Mayerson acrescentou que “os medos sobre as vidas das crianças existentes ou futuras eram realmente profundos e emocionais. Muitas vezes, era doloroso analisar as respostas, muitas pessoas abriram realmente o coração”.

O coordenador da investigação diz não notar diferenças entre as opiniões femininas e masculinas nesta matéria, com mulheres e homens a admitirem querer ter filhos, mas que o apocalipse ecológico os afasta dessa intenção.