Cristas leva mais mulheres para a direção do CDS e posiciona-se para ser primeira-ministra

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Fotografia: Octavio Passos/Global Imagens

 

Mais mulheres na direção do CDS e a vontade de ser líder do futuro governo do país. Assunção Cristas reassume a posição do CDS em concorrer sozinho às legislativas de 2019 e está pronta para ser primeira-ministra.

“Eu imagino-me primeira-ministra”, disse a líder dos centristas, em entrevista ao Expresso, no fim de semana em que se realiza, em Lamego, mais um congresso do partido.

Embora não recuse futuros acordos com o PSD, a ex-ministra da Agricultura não vai disputar as próximas legislativas com o lugar de vice de Rui Rio em mente, assumindo-se mesmo “melhor” que o líder do PSD.

“Eu imagino-me primeira-ministra. Esse é o primeiro cenário. Se não conseguir chegar lá, com certeza que teremos que ponderar outras hipóteses. Mas eu imagino-me primeira-ministra”, disse ao Expresso.

Na mesma entrevista, a líder do CDS revela que Adolfo Mesquita Nunes será o coordenador do programa eleitoral e que este contará com a participação de Nádia Piazza, presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande.

De fora, garante Assunção Cristas, está qualquer acordo com o PS e António Costa, atual primeiro-ministro. Aliás os socialistas e as “esquerdas unidas” são, segundo a dirigente, o principal adversário dos centristas.

Mais mulheres na direção

O 27.º Congresso do CDS-PP terminou este domingo, 11 de março, com a eleição dos órgãos nacionais. Assunção Cristas foi reeleita presidente da direção do partido, depois de a sua moção ter sido globalmente aprovada nesta madrugada. A comissão política da líder do CDS-PP, eleita com 89,2% dos votos, menos do que no último Congresso, e perdeu três lugares no Conselho Nacional.

Uma das novidades deste 37º. Congresso do CDS é a composição da nova Comissão Executiva do CDS-PP, o núcleo duro da direção. Este órgão passa a ser composto por um terço de mulheres, face à representação anterior de 20%. Isabel Galriça Neto, Graça Canto Moniz e Raquel Vaz Pinto são as três mulheres que entram para a Comissão Executiva.

No seu discurso de encerramento do Congresso, Assunção Cristas elegeu a demografia, o território e a inovação como áreas prioritárias, defendendo benefícios fiscais para as regiões do interior.

Contra a eutanásia, a líder do CDS afirmou que as propostas do partido para a área da saúde – área onde disse haver um consenso entre os partidos como direito alienável de todos os cidadãos, mas caminhos diferentes para lá chegar – passam por priorizar os cuidados primários e os cuidados continuados e paliativos.

Também as políticas de parentalidade, com maior envolvimento dos pais, são uma das principais apostas de Cristas para combater a desigualdade de género e promover a conciliação entre o trabalho e a família.