Número de gémeos no mundo está mais elevado do que nunca, diz estudo

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[Fotografia: Rui Manuel Ferreira / Global Imagens]

Estima-se que nasçam pelo mundo, anualmente, 1,6 milhões de gémeos. Os cálculos são feitos por aproximação e indicam que um em cada 42 bebés nasce nestas circunstâncias, numa taxa que aumentou 1/3 desde a década de 1980, de 9 para 12 a cada mil partos.

Dados que constam do estudo britânico publicado em junho deste ano, na revista científica Human Reproduction.

Não é, então, por acaso que vemos cada vez mais celebridades a serem pais de gémeos. Cristiano Ronaldo fá-lo pela segunda vez na sua vida [ele já era pai de Eva e Mateo, de quatro anos, a par de Cristiano Júnior, de 11, e de Alana Martina, de três], mas junta-se a uma realidade já vivida por Princesa Charlotte do Mónaco, Angelina Jolie, Julia Roberts, Beyoncé, Jennifer Lopez, Celine Dion e, entre outras, Mariah Carey. Por cá, também não faltam casos, entre eles destaque para as atrizes Helena Costa e Débora Monteiro.

Segundo o estudo Twin Peaks: More Twinning in Humans Than Ever Before, que pode ser consultado no original aqui e que em tradução livre fala no maior número de gémeos de sempre no mundo.

Uma das maiores causas deste acréscimo, refere a análise, prende-se com os tratamentos de fertilidade: incluindo o in vitro, estimulação ovárica e inseminação artificial. Mas há mais razões: maternidade tardia, uso de contracetivos e uma menor fertilidade generalizada.

Os números relativos e absolutos de gémeos no mundo são mais altos do que nunca desde meados do século XX e é provável que seja um recorde histórico”, refere em comunicado o coordenador da análise, Christiaan Monden, professor de Sociologia e Demografia da Universidade de Oxford. “Trata-se de uma análise importante uma vez que os partos gemelares estão associados a maiores taxas de mortalidade entre bebés e crianças e também a mais complicações para mães e crianças durante a gravidez, durante e após o parto”, refere a nota que acompanhava o estudo publicado.

A investigação publicada reúne as taxas de gémeos nascidos em 165 países, cobrindo 99% da população mundial, e numa análise temporal entre 2010 e 2015, e que pode ser consultada aqui. Dados que foram comparados com as taxas comunicadas entre 1980 e 1985 por 112 países.

De acordo com a análise, só nos Estados Unidos da América, a taxa de gravidezes gemelares disparou 70% nas últimas três décadas. Segue-se-lhe a Europa, com 61% e a Ásia, com 32%.

Os investigadores já revelaram que estão a fazer a atualização de dados para o início da segunda década do século XXI e para tentar perceber se há ou não descréscimo de gémeos em países com mais altos rendimentos. Entre os projetos em estudo, está também a intenção de cruzar estes dados com a procriação medicamente assistida nos países de médio e baixo rendimento.