Da infância difícil à luta contra o cancro. Sofia Ribeiro conta tudo em livro

“Este cancro não só não me roubou a vida, como me a devolveu mais simples e bonita, com ligações mais puras e fortes, e pessoas que estarão comigo para o que der e vier”. Esta é a forma como a atriz, de 33 anos, olha para a doença contra a qual lutou: cancro da mama. Uma batalha que Sofia Ribeiro foi tornando pública a cada alegria, mas também a cada revés.

No entanto, a atriz de novelas da TVI prepara-se agora para voltar a abordar essa fase da sua vida, com ainda mais detalhe e trazer esperança às que, como ela, também passaram por um diagnóstico semelhante.

Dois anos depois de todo o processo, Sofia revela: “Todos os dias me lembro que estive doente.
Todos os dias me lembro que não estou curada, apesar de ter terminado os tratamentos.
Todos os dias peço à vida que me mantenha assim e todos os dias sou grata por ter saúde e amor“, escreveu na sua conta de Instagram, esta quarta-feira, 6 de junho.

Uma mensagem profunda e íntima, na qual revela ainda que largou “vários pesos que carregava há demasiado tempo”, refez “relações importantes” e diz-se hoje “mais apta para saber o que é melhor” para si e para o seu corpo. “De uma maneira estranha, e profundamente dolorosa, sinto que este cancro me encheu o coração“, analisa.

Mas não é só da doença que a atriz vai falar. No livro que vai estar disponível a partir de 20 de junho, cujo título é Confia [Matéria-Prima edições, €16.80], a atriz irá revelar, avança o comunicado da editora enviado à imprensa, “da sua infância”, nem sempre fácil. Um olhar para trás que levou “mais de um ano de muito trabalho, num processo muito difícil, doloroso e com muitos altos e baixos“, revelou a autora na sua conta de Instagram.

———————————————————— Ao fim de mais de um ano de muito trabalho, num processo muito difícil, doloroso e com muitos altos e baixos, consegui. Aqui está, em primeira mão, o meu livro. Está finalmente pronto! Aqui vão encontrar o que sou. A minha história, desde a infância até ao presente. Vão poder saber aquilo que nunca partilhei publicamente e que só os mais próximos sabem. Porque nem sempre aquilo que guardamos para sempre é fruto de uma coisa boa. Sei isto hoje, enquanto vos escrevo e recordo, passo a passo, os últimos anos da minha vida. É estranho como a memória se torna especialmente competente nestas alturas. Lembro-me do que levava vestido, do cheiro do consultório médico, de como me cruzei com alguém que disse “ter saudades” de me ver na televisão, e das mensagens que troquei com amigos e colegas sobre coisas mundanas que enchem a vida de todos nós. Parecia um dia igual a tantos outros. Mas não foi. Todos os dias me lembro que estive doente. Todos os dias me lembro que não estou curada, apesar de ter terminado os tratamentos. Todos os dias peço à vida que me mantenha assim e todos os dias sou grata por ter saúde e amor. Dois anos depois, sinto-me a celebrar todos os dias. Larguei vários pesos que carregava comigo há demasiado tempo, refiz relações importantes e sou hoje mais apta para saber o que é melhor para mim e para o meu corpo. De uma maneira estranha, e profundamente dolorosa, sinto que este cancro me encheu o coração. De amor dos amigos, da proximidade da família e de um imenso apoio e afeto que recebi de pessoas que não conheço e às quais quero, com este livro, agradecer. É para vocês que o escrevi, para todos os que tentaram saber como estava, os que pediram por mim e, genuinamente, me desejaram o melhor. Quero que saibam que todos os vossos gestos e palavras foram muito importantes e que conto retribuir, como puder, o vosso carinho. “Confia” foi para vocês, é vosso! Foi feito convosco em mente. E se com este livro conseguir ajudar de alguma forma um de vocês que seja, então já valeu a pena. Porque acredito que o amor, cura. ❤️ A partir de dia 20, em todo o país. #confia

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E prossegue: “Aqui [no livro] vão encontrar o que sou. A minha história, desde a infância até ao presente. Vão poder saber aquilo que nunca partilhei publicamente e que só os mais próximos sabem. Porque nem sempre aquilo que guardamos para sempre é fruto de uma coisa boa.”

Trata-se, adianta a mesma nota de imprensa, de “um testemunho de vida, de superação e de amor”, com “factos e pormenores inéditos, este é um relato que mostra como, mesmo nos dias mais sombrios, é possível encontrar esperança e redescobrir-se uma nova pessoa”.

Imagem de destaque: Instagram

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