Davos vai ser dirigida exclusivamente por mulheres

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Fotografia: REUTERS/Mark Schiefelbein/Pool

Pela primeira vez em 47 anos de história, a reunião da cimeira de Davos vai ser exclusivamente dirigida por mulheres.

O encontro de líderes da política e do mundo dos negócios, que acontece anualmente naquela localidade Suíça, arranca esta terça-feira, 23 de janeiro. Nesta edição, a organização decidiu dar destaque a figuras femininas, com o objetivo de chamar a atenção para a crónica desigualdade de género nas lideranças nestas áreas, refere o The Guardian.

Entre as sete mulheres escolhidas para dirigir o encontro estão figuras de vários setores da sociedade, como Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Sharan Burrow, secretária-geral da Confederação Internacional de Sindicatos ou a indiana Chetna Sinha, que trabalha com o micro-financiamento para mulheres empreendedoras.

Em declarações ao jornal britânico, Sharan Burrow afirmou que o facto de, este ano, não terem sido escolhidos homens para liderar os encontros, “envia um sinal muito forte de que nem tudo está bem”.

A dirigente acrescentou que os acontecimentos recentes mostram a importância de defender a igualdade de género no trabalho e na sociedade, em geral. “Assistimos a uma onda de misoginia, no último ano, que escalou com a permissão de governos e empresas”, afirmou ao The Guardian.

Já Chetna Sinha, fundadora da Mann Deshi Foundation, acredita que um painel totalmente feminino pode trazer a desigualdade de género para “o coração do mundo corporativo e empresarial e isso é realmente útil”. No seu caso, o objetivo é ser, em Davos, a “voz das mulheres pobres”, disse à mesma publicação.

Apesar deste painel exclusivamente feminino, a maioria dos participantes da cimeira continua a ser masculina. As mulheres representam 21% num universo de cerca de 3000 delegados. Desde 2011, que Davos aplica uma quota de representação feminina – pelos menos, um em cada cinco executivos sénior tem de ser mulher.

Este ano, o fórum tem como tema “Criar um Futuro Partilhado num Mundo Fraturado”. A segurança internacional, o meio-ambiente e a economia global são algumas das questões em debate.

Imagem de destaque: REUTERS/Mark Schiefelbein/Pool