A candidata do Bloco de Esquerda assumiu que os resultados eleitorais “não são o que esperávamos”. “Não são o que esperei e estão longe do objetivo que desenhamos”, afirmou Marisa Matias, a primeira a vir a terreiro comentar os resultados e a partir da sede de candidatura, em Coimbra
Uma descida abrupta de resultados face a 2016, mas que não se vence diante da luta. Aliás, Marisa Matias surgiu com o seu icónico colar e de lábios vermelhos, evocando-os precisa e taxativamente para dizer que “é pela solidariedade de um pais” que vai continuar a trabalhar. “O #vermelhoemBelém tem um lado muito profundo que é o do compromisso com cada mulher, menina e homem e pelo combate pela igualdade e pelo fim da violência contra as mulheres”, afirmou Marisa Matias. “Que ninguém se sinta excluido, que nenhuma mulher se sinta memorizada”, acrescentou.
Sobre as razões que empurram para a derrota, a candidata e eurodeputada crê que os resultados se devem ao facto de “se tratar de uma reeleição, à crise pandémica profunda e ao facto de estarmos a ter de enfrentar a extrema-direita em Portugal”.
“A Direita está em reconfiguração em Portugal e muitos dos eleitores deste país votaram na extrema-direita”, afirmou, e acrescentou: “Aqui estou, com mais energia que nunca para as lutas comuns. Dei neste combate o melhor de mim. Cá estarei para todas as lutas para ganhar e para perder como fiz sempre e como faz toda a minha gente”.
Recorde-se que, em 2016, a eurodeputada bloquista tocou quase os 10% dos votos, tendo ficado atrás de Sampaio da Nóvoa, apoiado pelo PS, e Marcelo Rebelo de Sousa. No total, foram perto de 479 mil votos, tornando-se na mulher mais votada em Portugal neste tipo de sufrágio [Maria de Lurdes Pintasilgo obteve 419 mil votos em 1986]. Ainda com as contas por fechar, Marisa Matias surgia, às 23 horas deste domingo, 24 de janeiro, em quinto lugar, com 158 mil votos e 3,93% dos votos.