Dê sangue: Há grupos sanguíneos que só têm reservas para quatro dias

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[Fotografia:Pexels]

O Instituto Português do Sangue apelou à dádiva, lembrado que as suas reservas dão para entre quatro e 19 dias e que os grupos sanguíneos mais afetados são o A positivo, A negativo, O negativo e B negativo.

Numa nota enviada às redações, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) alerta para o facto de os meses de janeiro e fevereiro serem “particularmente exigentes para a manutenção das reservas de sangue em níveis confortáveis”, devido ao frio e às constipações, sublinhando que, este ano, a situação é agravada pela pandemia de covid-19, as medidas de confinamento e as regras para garantir a segurança para dadores e profissionais.

Segundo os dados do IPST, à data de 19 de janeiro, do grupo sanguíneo “A positivo”, o mais prevalente na população portuguesa, há reserva para quatro dias, e do “O negativo” (dador universal) e “B negativo” existe reserva para cinco dias.

“No entanto, a reserva estratégica nacional, que considera também as reservas existentes nos hospitais, é de 12 a 35 dias, consoante os grupos sanguíneos. Apesar da suspensão da atividade programada não urgente em alguns Hospitais, a necessidade diária de componentes sanguíneos mantém-se”, frisa o IPST.

O instituto pede que se dê sangue, relembrando que “mesmo em tempos de pandemia é possível continuar a ajudar a salvar vidas, já que nos locais de colheita foram reforçadas todas as medidas para que o ato se efetue com segurança” e as deslocação para efeitos de dádiva são permitidas pelas autoridades.

Para ser dador de sangue, basta ter entre 18 e 65 anos (o limite de idade para a primeira dádiva é os 60 anos), ter peso igual ou superior a 50 quilos e ter hábitos de vida saudável.

Na terça-feira, a Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (Fepodabes) tinha apelado à dádiva de sangue, alertando que diversos grupos sanguíneos apresentam reservas nacionais inferiores a sete dias.

“As reservas nacionais de sangue apresentam neste momento níveis preocupantes em diversos grupos sanguíneos. Mesmo em pandemia os hospitais continuam a necessitar de sangue para dar resposta às necessidades dos seus doentes”, alerta a Federação, pedindo aos portugueses para que mantenham as suas dádivas.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação explicou que os grupos A positivo, O negativo e B negativo são os que preocupam mais porque só têm reservas para quatro dias, enquanto o O positivo, A negativo e o AB negativo “estão um pouco melhor, mas não estão bons”.

O responsável disse também que devido à pandemia as unidades móveis a circular pelas grandes cidades não estão a funcionar assim como há dificuldades em encontrar locais para a colheita, nomeadamente quartéis de bombeiros, enquanto se mantiver a situação do covid-19.

Para dar sangue são precisos cumprir requisitos por parte de quem toma esta opção. E como os corpos não são iguais, é preciso lembrar que homens e mulheres não estão no mesmo patamar e devem, tendo em conta as suas especificidades, conhecer as limitações decorrentes do género.

As mulheres devem respeitar um intervalo maior entre dois momentos de dávida, ou seja, 90 dias. Nos homens, esse tempo é menos dilatado, podendo fazê-lo de 60 em 60 dias. Ora, contas feitas e que podem ser consultadas no Instituto Português do Sangue, eles podem dar sangue quatro vezes num ano, mas elas apenas podem três.

Gravidez e amamentação: impedimentos temporários

Com a gravidez, as mulheres ficam impedidas temporariamente de dar sangue. Mas a especificidade não é apenas esta. A mulher não pode dar sangue até 90 dias após parto normal, 180 após cesariana e quando amamenta e se o parto ocorreu há menos de 12 meses.

Atenção às tatuagens e à maquilhagem definitiva: ambas requerem um intervalo de 12 meses entre a operação e o momento em que se senta para ajudar os outros.

A título geral, só é possível dar sangue 48 horas depois da toma da vacina contra a Gripe e sete dias após os desaparecimentos dos sintomas de uma constipação. Há depois doenças que requerem um período mais alargado de intervalo: para doenças sexualmente transmissíveis e malária é preciso aguardar 12 meses, para herpes labial ou genital, só está apto a dar sangue após desaparecimento total das lesões. É preciso aguardar seis meses após a cura do Herpes Zoster e quatro semanas após a toma da vacina contra a Febre Amarela. Quem contraiu a doença deve aguardar seis meses após recuperação completa (clínica e laboratorial).

Quem se submete à acunpuntura também deve ter cuidados especiais: Se for feita com material descartável, é importante aguardar 24 horas. Mas se for realizada com laser ou sementes, está-se automaticamente apto a dar sangue. Já se não houver informações sobre o material usado, então é importante esperar 24 meses. Já agora, esqueça o álcool. Mas se bebeu, deve aguardar 12 horas.

Ir ao dentista também tem influência: Extração dentária ou tratamento de canal (sujeitos a verificação de medicação) requer uma espera de 7 dias. Uma cirurgia odontológica com anestesia geral obriga a um compasso de quatro semanas. Qualquer procedimento endoscópico como endoscopia digestiva alta, colonoscopia, e, entre outros, rinoscopia exige uma pausa de seis meses.

De acordo com a listagem constante no Instituto Português do Sangue, conheça as especificidades que são necessárias cumprir.

Requisitos básicos

  • Estar em boas condições de saúde.
  • Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos, devem preencher formulário de autorização).
  • Pesar, no mínimo, 50 kg.
  • Estar descansado, ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.
  • Estar alimentado, evitando gorduras nas 4 horas que antecedem a doação.
  • Apresentar documento original com foto recente, que permita a identificação do candidato, emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).

Impedimentos definitivos

  • Hepatite após os 11 anos de idade. Hepatite B ou C após ou antes dos 10 anos.
  • Evidência clínica ou laboratorial de doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue como Hepatites B e C, SIDA (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.
  • Uso de drogas ilícitas injetáveis.
  • Malária.

CB com Lusa