No seu discurso de aceitação do Óscar para Melhor Atriz Principal, Frances McDormand falou de inclusão mas associou a palavra a uma expressão concreta. A atriz exortou Hollywood a adotar um “inclusion rider”.
A expressão, desconhecida para muitos, levou a uma súbita onda de pesquisa no Google, refere a BBC. “Inclusion rider” é uma cláusula que um ator pode incluir no seu contrato a requerer que um filme tenha um determinado nível de diversidade entre os elementos do elenco e da produção.
O conceito, lembra o The Guardian, foi explorado por uma mulher: Stacy Smith, cientista social, que se dedica a estudar as relações de género em Hollywood e fundadora da Annenberg Inclusion Initiative, da Universidade do Sul da Califórnia. Numa TED talk, em 2016, depois de ter examinado dados que mostravam que o casting dos filmes não representava a população retratada, a investigadora sugeriu que fosse criada uma “cláusula de equidade” ou um “rider de inclusão” (inclusion rider) para ajudar a resolver esse desfasamento.
“O filme típico tem entre 40 a 50 personagens que falam. Eu diria que apenas oito a 10 são realmente relevantes para a história. Os restantes 30 e tal não há razão para não corresponderem ou refletirem a demografia de onde a história tem lugar”, afirmou Stacy Smith. Segundo a cientista social, se figuras mais proeminentes da indústria solicitarem um rider de inclusão ou uma cláusula de equidade, isso pode fazer com que esses papéis reflitam essa diversidade demográfica e de género.
A ideia não é muito diferente daquilo que aconteceu recentemente com Octavia Spencer e Jessica Chastain, em que esta última conseguiu, através de uma cláusula contratual, que a colega ganhasse cinco vezes mais que o proposto, num filme que ambas protagonizaram.
Como Jessica Chastain ajudou Octavia Spencer a ganhar cinco vezes mais