Dentes de leite podem vir a prever transtornos mentais, segundo investigadores

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[Fotografia: Annie Spratt/Unsplash]

Três investigadores descobriram que a espessura das marcas nos dentes de leite pode vir, um dia, a servir para identificar pessoas que vão crescer e ter problemas de saúde mental.

Durante o estudo principal do Massachusetts General Hospital (MGH) e publicado no JAMA Rede aberta, a autora Erin C. Dunn tentou perceber se, ao analisar a espessura da linha neonatal na dentição primária dos bebés, se consegue identificar os níveis de stress a que a mulher esteve exposta durante a gravidez.

Com a ajuda de Rebecca V. Mountain e a analista de dados Yiwen Zhu, Dunn liderou uma pequena investigação com 70 dentes de crianças entre os 5 e 7 anos do Reino Unido. Depois das linhas neonatais terem sido medidas e as mães terem respondido a um questionário sobre eventos stressantes da gravidez, historial médico, apoio e a vizinhança, a equipa percebeu que as progenitoras que tenham sofrido de depressão ou ansiedade na gestação levam a que os dentes tenham uma linha neonatal mais espessa.

Por sua vez, os filhos das mães que tiveram um grande apoio social têm linhas menos espessas.

Erin C.Dunn acredita que isto possa acontecer no momento em que a mãe sofre de ansiedade ou stress na gravidez, gerando mais cortisol, conhecida como a hormona do stress, afetando o esmalte do bebé.

A autora espera que este estudo seja reproduzido com maior dimensão porque as “marcas do crescimento dentário” podem ser utilizadas para identificar se as crianças foram, ou não, expostas a adversidades, ajudando a precaver e atacar mais cedo os transtornos mentais.