Deputadas do PS questionam Ministro das Finanças sobre desigualdade de género na administração da Caixa

Elza Pais
Elza Pais, deputada do PS. Fotografia de Reinaldo Rodrigues / Global Imagens

Sete deputadas do PS querem esclarecer, junto do ministro das Finanças, se de facto só vai haver uma mulher na nova administração da Caixa Geral de Depósitos. Os nomes da nova equipa comandada por António Domingues, ex-vice-presidente do BPI, têm vindo a ser conhecidos ao longo das últimas semanas e, entre os 17 membros, apenas se fala de uma mulher: Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, indicada para a vice-presidência do banco.

Caso se confirme, as deputadas signatárias do pedido de esclarecimento querem saber quais os motivos de uma representação tão baixa do sexo feminino e sublinham que esta escolha vem contrariar o programa do Governo no que diz respeito à igualdade de género nos cargos de chefia.

“Para já queremos informações. Se tivéssemos a lei [de quotas de género nas empresas públicas] já aprovada, situações destas não aconteceriam. É por isso que precisamos de uma lei que obrigue os governos, o Estado e o setor empresarial a ter uma representação diferenciada. E não defendemos isto porque achamos que deve haver mulheres só porque são mulheres, mas porque há mulheres altamente qualificadas que não são escolhidas porque são mulheres. Ou seja, o facto de serem mulheres é fator de exclusão e isso é descriminação”, explicou ao Delas.pt Elza Pais, uma das deputadas do PS que entregou esta semana na Assembleia da República a questão dirigida a Mário Centeno.


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Além de Elza Pais, assinaram o pedido de esclarecimento as outras seis deputadas do PS: Edite Estrela, Isabel Moreira, Susana Amador, Carla Sousa, Francisca Parreira e Sandra Pontedeira. Também na bancada do partido na Assembleia da República elas estão em minoria já que em 86 lugares eleitos, apenas 27 são ocupados por mulheres.