Deputados vão discutir petição sobre ‘autoajuda’ nas escolas

Já imaginou a possibilidade de os alunos poderem vir a ter uma disciplina extracurricular de autoajuda e de personal planning (planeamento pessoal), que recorra a técnicas de meditação, mindfulness (atenção plena) e psicologia positiva?

Pois, esta realidade ainda está longe das escolas, mas não da Assembleia da República. Esta sexta-feira, 19 de janeiro, os deputados vão discutir uma petição que quer colocar aquela atividade extracurricular nos horários dos alunos.

Ferramenta quer que educadores e educandos aprendam a “acalmar-se, a focar-se no momento presente e a sentir a gratidão pelo agora”

Uma iniciativa cívica que chegou ao parlamento depois de recolhidas 4167 assinaturas e que partiu de uma empresa, sediada na Madeira, que fornece este tipo de serviços: a Qualiram. A primeira peticionária é Sónia Márcia Gonçalves, gerente daquela companhia, que quer ver a técnica aplicada a alunos e a professores.

Ao Delas.pt, a autora espera que o documento não seja encarado assim. “Espero bem que não siga esse caminho porque este é mesmo um projeto de coração. O meu objetivo é desenvolver esta ferramenta que criei para ajudar alunos e professores e está registada em meu nome”, justifica.

Segundo o documento, a iniciativa pretende que o “projeto Personal Planning – Empoderamento Pessoal e Profissional possa ser implementado na matriz curricular do ensino português”. A mesma petição propõe que os “educandos e os educadores sejam capazes de gerir a ansiedade, o stresse, as inseguranças, aprendendo a acalmar-se, a focar-se no momento presente e sentir gratidão pelo agora”.

De acordo com o site da Assembleia da República, foram já solicitados pedidos de informação ao Ministério da Educação e da Saúde, ao Conselho Nacional de Educação, ao Conselho das Escolas, à Confederação Nacional das Associações de Pais e, entre outros, à Ordem dos Psicólogos e a estruturas sindicais.

Projeto já está em marcha na Madeira

“Estou a formar 22 professores e a aplicar o personal planning a educadores de várias escolas públicas da ilha da Madeira“, explica Sónia Gonçalves. Em detalhe, esta engenheira do ambiente que há oito anos entrou nestas áreas conta que “a iniciativa está disponível na plataforma da Direção Regional de Educação, lado a lado de outras formações disponíveis“.

Esta gestora e coach diz que “os professores inscrevem-se e cada um está a pagar a sua formação, a valores mais acessíveis”. Uma formação que – segundo explica esta responsável – “é prática, não tem teoria, nem manuais”, podendo ser “aplicada pelos professores a partir do primeiro dia da formação“.

Imagem de destaque: Shutterstock

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