Desgosto de amor: Ciência explica porque se sofre tanto

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Colocar um ponto final numa relação amorosa pode ser bastante doloroso, principalmente quando ainda se está apaixonado. A intensidade da dor e efeitos no corpo humano são semelhantes aos que sentem os toxicodependentes quando atravessam pelo síndrome de abstinência. Vários estudos e especialistas já o tinham revelado. Agora, Manuel de Juan Espinosa, professor de psicologia da Universidade Autónoma de Madrid, veio clarificar o fenómeno que provoca comportamentos compulsivos e obsessivos.

A primeira fase é caracterizada por incredulidade perante o mau momento por que se está a passar, podendo chegar a provocar dor física e, em casos extremos, levar à depressão e despertar tendências suicidas e homicidas. É nesta fase que algumas pessoas chegam a envolver-se com ex-namorados ou a sentir que não conseguem viver sem o companheiro. E é culpa é toda das hormonas que, em conjunto com as emoções, levam o cérebro a libertar cortisol, a hormona do stress, diminuindo o nível de racionalidade.

“O cérebro aterroriza-se e reage como se estivesse frente a uma ameaça. O sistema imunitário enfraquece e sobem os níveis de stress”, explicou ao site espanhol ABC Manuel de Juan Espinosa.

É provável que queira tomar antidepressivos, mas tire isso da ideia. Segundo o professor de psicologia da Universidade Autónoma de Madrid, esse tipo de medicamentos são verdadeiros inimigos dos corações partidos porque inibem as hormonas que a levam a interessar-se por outras pessoas.

Na fase que lhe sucede começa-se a aceitar o desgosto e tudo acalma, mas permanecem sentimentos como a resignação e o pessimismo. Na opinião do psicólogo é uma “questão de tempo” até se chegar à última parte do processo. No entanto, este “tempo” pode significar meses ou anos, dependendo da pessoa.

“Pouco a pouco o cérebro volta a recuperar a normalidade. É verdade que a dor pode provocar um ‘mordisco’ no estômago de vez em quando, mas vai ser cada vez menos frequente”, acrescentou o professor de psicologia.

Os investigadores Boelen, Reijntjes e Fisher sublinharam que os desgostos amorosos são “uma das experiências mais traumáticas, angustiantes e desconcertantes (por vezes até mais do que a morte de um ente querido) que uma pessoa pode experimentar”.