Desigualdade salarial levou jornalista a sair da BBC

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Jane Standley, ex-correspondente da BBC em África nos anos 1990 falou pela primeira vez sobre a discriminação salarial por género existente na cadeia de rádio e televisão: “A minha experiência de desigualdade salarial foi muito parecida [à de Carrie]”, afirmou Standley ao Observer. “No final, estava cansada da situação”, acrescentou.

A jornalista, hoje com 54 anos, que, em 2001, cobriu o ataque ao World Trade Center, em Nova Iorque, percebeu que recebia menos de metade do que os seus colegas homens e depois de negociar um aumento continuou a receber menos 25%. Na última quarta-feira, após ouvir o testemunho da responsável da BBC para a China, Carrie Gracie, decidiu escrever um testemunho para contar como, também ela, tinha sido alvo de discriminação salarial nos anos em que trabalhara na BBC.


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Segundo informações divulgadas pelo The Guardian, Standley deixou a BBC, em grande parte, pela situação de disparidade salarial com que se deparou e depois de tentar que os seus diretores atentassem ao caso. “O meu chefe reconheceu a situação, mas disse que era algo que tinha que aguentar. Estou tão zangada que parece simplesmente que as coisas não mudaram”, frisou Standley, vencedora do prémio repórter do ano da Sony, em 1997

“Tal como Carrie Gracie, fui menosprezada pela BBC”, sublinhou a Standley.

Na semana passada, a estação pública de rádio e televisão britânica anunciou que quer impor de vez a igualdade salarial entre todos os pivôs.

Imagem de destaque: Shutterstock

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