Desperdício de talento feminino custa a Espanha mais de 156 mil milhões

Mulher trabalhar

Aproveitar o talento das mulheres que trabalham nas empresas espanholas poderia significar mais 156,520 milhões de euros para o país. Segundo os dados revelados por Mario Garcés, Secretário de Estado da Igualdade espanhol, durante a 5ª edição da iniciativa ‘Partilhando experiências, gerando valor’, este valor iria aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 14% e seria suficiente para garantir o pagamento das reformas em 2017, que tiveram um custo de 139,647 milhões de euros.

“O talento é que é tudo, não é a gravata. Esta é uma sociedade que tem muitos estereótipos e muitos fatores de género determinantes. Para quebrar essa barreira tem de se dar visibilidade a este tipo de projetos e os homens têm de ajudar a quebrar essas barreiras”, explicou Mario Garcés, citado pelo jornal espanhol Público.

Perante estes dados, Ana Bujaldón, presidente da Federação Espanhola de Mulheres Diretoras, Executivas, Profissionais e Empresárias (FEDEPE), voltou a sublinhar o “enorme impacto” que seria para a economia espanhola se o número de mulheres a trabalhar nas empresas aumentasse.

“Essa é uma das chaves para aumentar a competitividade das nossas empresas e impulsionar a nossa economia. Homens e mulheres têm de quebrar essas barreiras juntos. Estamos num momento de alguma estagnação na incorporação de mulheres em posições de responsabilidade nas nossas empresas, o acesso a posições de liderança continua a ser difícil para as mulheres”, afirmou Ana Bujaldón em declarações à agência noticiosa espanhola Europa Press.

Trabalho e vida pessoal: difíceis de conjugar?

Em Espanha, 30% das empresárias desiste do emprego por não conseguir conciliar o trabalho com a vida familiar. Um fator que preocupa Ana Bujaldón.

“Continuam a ser as mulheres quem fica maioritariamente encarregue de tomar conta das crianças e familiares dependentes. É fundamental tirar peso a essa pesada mochila e promover a igualdade de oportunidades”, ressalvou a presidente da FEDEPE.

“Continuam a ser as mulheres quem fica maioritariamente encarregue de tomar conta das crianças e familiares dependentes”

Apesar de a lei da igualdade no país já ter sido aprovada há 11 anos, obrigando as empresas com mais de 250 funcionários a aplicar planos de igualdade, na prática não existe qualquer mecanismo que verifique se, de facto, a lei está a ser aplicada nem os seus resultados.

“Não é possível conhecer qual o número de trabalhadores que a empresa que apresenta o plano de igualdade tem nem se supera os 250 empregados. Também não se sabe se os planos apresentados continuam atuais ou não”, acrescenta o governo espanhol.


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