Desporto. Antiga atleta olímipica Susana Feitor exorta mulheres a quebrarem barreiras

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[Fotografia: (Henriques da Cunha / Arquivo Global Imagens]

A antiga atleta olímpica portuguesa Susana Feitor deixou palavras de incentivo às mulheres da Guiné-Bissau, para lutarem contra as barreiras culturais que as impeçam de participar no desporto.

A ex-marchadora portuguesa está em Bissau a convite do Comité Olímpico da Guiné-Bissau, que organizou o primeiro Fórum do Desporto e Olimpismo, juntando atletas, dirigentes desportivos, responsáveis políticos locais e oradores internacionais.

Atualmente formadora do Comité Olímpico Internacional (COI), Susana Feitor comentou para a Lusa um tema levantado por Avelina Jandi, única mulher presidente de uma federação desportiva na Guiné-Bissau.

Avelina Jandi estava a tecer a sua opinião sobre a liderança feminina no desporto na Guiné-Bissau. Desde 2017 presidente da Federação de Ténis de Mesa da Guiné-Bissau, Avelina Jandi, igualmente presidente da comissão da mulher e desporto no país, afirmou, na sua comunicação que apenas 10% de pessoas do sexo feminino ocupam cargos de direção no desporto guineense.

Avelina Jandi considerou este número “muito baixo, tendo em conta a percentagem de mulheres” na Guiné-Bissau, que constituem a maioria da população.

Também membro da comissão executiva do Comité Olímpico da Guiné-Bissau, Avelina Jandi apontou para a existência de “barreiras culturais, barreiras étnicas, preconceito e responsabilidades familiares” como entraves à participação da mulher no desporto.

A intervenção de Avelina Jandi “aqueceu” os debates no fórum com destaque para as posições defendidas por João Costa Alegre, presidente do Comité Olímpico de São Tomé e Príncipe, para quem “é a própria mulher que deve lutar para se afirmar no desporto”.

“Nada será dado à mulher se ela mesma não se posicionar. Porque o lugar da mulher é afinal onde ela quiser”, observou Costa Alegre.

A antiga atleta olímpica portuguesa Susana Feitor disse que o debate à volta da participação da mulher no desporto deve ser feito em todas as sociedades, mas lembrou que “é um problema difícil ao longo das gerações”.

“A mulher normalmente é quem cuida da família, é quem cuida da casa, isso torna muito difícil esticar o dia que tem só 24 horas”, defendeu Susana Feitor, para quem a questão deve ser abordada também com a participação dos homens.

LUSA