A frequência com que as sugestões de amizade nos aparecem no feed do Facebook provavelmente já fez com que se cruzasse com um dos professores dos seus filhos nas redes sociais ou até recebesse um pedido de amizade de um deles. Aceitou? Se sim, teve de ponderar muito antes de o fazer e ainda hoje não sabe se tomou a opção certa por passar a sentir-se mais próximo de um professor dos seus filhos? Para acabar com todas as suas dúvidas fomos falar com o psicólogo José Carlos Garrucho e, segundo o especialista, não há problema nenhum. Desde que não sejam ultrapassados determinados limites.
“Os professores e pais são parceiros no processo de formação dos alunos e dos filhos. É uma relação entre iguais, complementares. Os pais exercem o poder em casa e os professores na escola. Os pais não têm de ser amigos dos professores. Aliás, se forem muito amigos pode até haver algum conflito de interesses no sentido em que os professores tratarão melhor os filhos dos seus amigos e isso pode produzir algum enviesamento. Mas ter uma ligação numa rede social virtual não é ser amigo”, explicou ao Delas.pt José Carlos Garrucho.
Leia também o artigo: Estudo diz que insucesso escolar é causado pela mãe
Na opinião do especialista, as redes sociais até podem vir a substituir os tradicionais recados na caderneta e reforçar a ligação entre professores e alunos que têm um objetivo comum: dar a melhor educação possível às crianças e adolescentes. Quando não houver tempo para marcar uma reunião pessoalmente, os encarregados de educação até podem passar a falar com o docente no chat ou através do Skype.
“As redes sociais como o Facebook são zonas de cusquice e perversidades comunicacionais que podem pôr em causa quer a posição dos pais quer a imparcialidade dos professores face aos alunos. É só nesse sentido que pode ser problemático, mas se for bem gerido é ótimo e facilita a vida a muita gente”, acrescentou o psicólogo.
