DGS avalia redução de isolamento por covid-19. EUA encurtou de dez para cinco dias

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[Fotografia: Polina Tankilevitch/Pexels]

A Direção-Geral da Saúde (DGS) indicou esta quarta-feira, 29 de dezembro, que “está a avaliar tecnicamente” a questão da redução do período de isolamento de infetados com o coronavírus que causa a covid-19 e a recolher provas científicas.

Questionada pela Lusa sobre o assunto, citando o caso dos Estados Unidos, que diminuiu o isolamento dos infetados assintomáticos e dos contactos de risco, a DGS referiu, sem mais detalhes, que “está a recolher a melhor evidência científica e a avaliar tecnicamente essa questão”.

Em declarações à SIC, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, disse que estão a ser avaliados vários indicadores, nomeadamente a incidência e a transmissibilidade da infeção e os internamentos.

Antes, em entrevista à RTP, Lacerda Sales admitiu que, perante a evolução da pandemia, a redução do período de isolamento, adotada também pela Região Autónoma da Madeira e Reino Unido, “é uma possibilidade”, sendo uma “matéria que está a ser estudada” pela DGS.

Esta quarta-feira, após a reunião do Conselho de Ministros, o ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, remeteu uma decisão sobre o assunto para as autoridades de saúde, em particular para a DGS, assinalando que em causa está uma decisão técnica e não política.

A Ordem dos Médicos considera que a nova fase da pandemia da covid-19 exige “uma adaptação ágil” das normas e procedimentos, recomendando a redução do isolamento de dez para sete dias.

A Madeira reduziu esta quarta-feira, 19 de dezembro, para cinco dias o isolamento de infetados assintomáticos com o vírus que causa a covid-19 e de quem contactou com casos positivos, acabando mesmo com a quarentena de contactos vacinados com a terceira dose.

As mudanças devem-se à predominância da variante Ómicron do SARS-CoV-2 e à “atual evidência científica”, que “sugere que a maior parte da transmissão” ocorre “no início do curso da doença”, geralmente, nos dois dias “antes do início dos sintomas” e dois a três dias depois, segundo uma circular da Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira.

Os Estados Unidos da América reduziram de dez para cinco dias a duração do período de isolamento das pessoas que testam positivo para a covid-19, desde que estejam assintomáticas.

De acordo com fonte dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano, a orientação está em sintonia com indicações crescentes de que as pessoas infetadas com o novo coronavírus são mais contagiosas dois dias antes e três dias depois de desenvolverem sintomas.

O Reino Unido diminuiu o período de isolamento de dez para sete dias para pessoas vacinadas que ficaram infetadas.

A Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública entende que a informação científica que suporta a redução do período de isolamento de doentes com covid-19 “não é muito robusta”, defendendo que as vantagens desta medida devem ser discutidas.