As mulheres imigrantes em Portugal devem ter acesso às consultas de saúde sexual e reprodutiva, “independentemente do seu estatuto legal”. Quem o defende são a Sociedade Portuguesa de Contraceção e a Associação para o Planeamento da Família, a propósito do Dia Mundial da Contraceção, que se assinala esta segunda-feira.
As duas organizações lembram que a saúde sexual e reprodutiva “é um direito fundamental do indivíduo” e que o acesso àquelas consultas deve ser garantido “em igualdade de circunstâncias” a todas as mulheres que vivem em Portugal, incluindo as imigrantes.
Dados nacionais recentes revelam, por outro lado, que 40% das mulheres sexualmente ativas e a usar contraceção não teve qualquer consulta de planeamento familiar ao longo do último ano, sendo a esmagadora maioria adolescente.
As duas entidades recordam que em 2009 a educação sexual “foi considerada obrigatória no plano curricular dos jovens”, mas em 2015 apenas 67,4 % diziam ter acesso a informação sobre contraceção e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
A Sociedade Portuguesa de Contraceção e a Associação para o Planeamento da Família apelam, por isso, a uma revisão “urgente” das condições da educação sexual em Portugal.
Ainda assim, a taxa de portuguesas sexualmente ativas que recorrem a métodos contracetivos para não engravidar era, em 2015, de 94%, sendo a pílula o contracetivo mais comum.
Há, contudo, 6% de adolescentes e 8% das mulheres com mais de 40 anos que não usam qualquer método contracetivo.
Leia também: Conheça as vantagens e desvantagens de todos os métodos contracetivos
Tão eficaz como a pílula mas sem efeitos secundários: é a aplicação do momento
E se a pílula lhe estiver a roubar o desejo sexual?