Saiba exatamente como ajudar o seu filho disléxico

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Esta quinta-feira, dia 10 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Dislexia. É importante alertar que, segundo a Associação Portuguesa de Dislexia, a maioria das escolas não tem profissionais formados para apoiar alunos com este tipo de dificuldades.

Em Portugal, esta condição neurológica afeta 48% dos alunos com necessidades educativas especiais. Neste aspeto, “a formação dos professores é um fator essencial para garantir uma prevenção adequada da dislexia e para proceder a uma diferenciação em contexto de sala de aula”, afirma um comunicado enviado à imprensa pela Associação.

O Delas.pt falou com a presidente da Dislex-Associação Portuguesa de Dislexia, Helena Serra, para saber como identificar precocemente esta disfunção, o que fazer após o diagnóstico ser positivo e ainda algumas dicas práticas de como ajudar o seu filho, caso sofra de dislexia. Veja tudo abaixo:

Dicas: como saber identificar precocemente a dislexia

Atraso na fala – ter problemas de articulação e ou de expressão: não decora canções, lengalengas, não acerta rimas, não repete bem uma pequena série de 4-5 palavras usuais ouvidas em sequência.

Confundir noções básicas – confunde a direita e esquerda (aos 5 anos já as deve conhecer), não tem noções simples de tempo e de espaço, baralha as cores, a cronologia das vivências (ex: ordenar o que fizeram em todo aquele dia), etc.

Pega mal no lápis/caneta – é descoordenado nos traçados, vira sistematicamente as letras ou números ao contrário, etc.

Foge da leitura ou escrita – em fase escolar, além disso, foge da leitura e da escrita ou quando lê faz alterações. Lê sem a fluência própria do ano escolar ou não sabe recontar o texto lido, ou escreve com erros e faltas, tem fraca expressão escrita.

Depois do diagnóstico positivo: o caminho dos pais é este

Procurar um acompanhamento sistemático (2 vezes por semana) de um especialista, de acordo com o domínio a ser desenvolvido.

Ter um terapeuta da fala, se tiver problemas de linguagem (problemas de articulação, pobreza de expressão, fonologia ineficiente.

Ser acompanhado por um terapeuta ocupacional ou psicomotricista se tiver problemas de esquema corporal, lateralidade, orientação no espaço e tempo e ou de coordenação motora.

Ter um professor especializado em educação especial, se tiver as dificuldades atrás referidas, às quais se acrescentam problemas com a leitura e a escrita e ou matemática.

Oito dicas para conseguir ajudar o seu filho

Brinque e jogue o máximo com o filho (da leitura de histórias ao andar de bicicleta ou o subir às árvores, brincar às adivinhas, palavras cruzadas, rimas, lengalengas.

Leve-o a frequentar “n” atividades – as possíveis – (música, desporto, teatro, pintura)

Introduza rotinas de leitura por ele, assistida por si, em voz alta (textos curtos) seguidos do respetivo reconto que ele deve fazer de forma sequenciada.

Habitue-o a relatar com sequência, ordenando os acontecimentos que viveram juntos (um dia de passeio, uma visita à exposição X, a ida a um grande supermercado onde fizeram as compras do mês, etc.

Dê-lhe todos os dias algum tempo, em tranquilidade, para que ele lhe consiga contar as suas peripécias, alegrias, ou problemas.

Dedique algum do seu tempo só a ele (pelo menos um dia por semana) para passearem juntos, irem lanchar, conversar…

Auxilie-o no método de estudo (resumos, esquemas, mapas para relacionar a matéria)

Acompanhe os seus cadernos escolares para andarem sempre organizados e com bom aspeto.

[Imagens: Shutterstock]

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