Dia Mundial do Cão: “Hoje em dia os cães passam muito tempo sozinhos”

Até há três anos, Amy Davies, de 30 anos, nunca tinha tido um cão. Depois de ver na Internet um anúncio de um canil de abate em Ponta Delgada, nos Açores, que queria dar os seus cães para a adoção e, assim, salvá-los da morte certa, Amy decidiu mudar a sua vida por completo e trazer Crioula para a família.

Hoje já não imagina a sua vida sem a cadela, apesar de todas as responsabilidades que ser dona de um animal acarreta. Nunca mais foi jantar com as amigas depois do trabalho sem antes passar por casa para passeá-la.

“Ter um cão não é fácil. Não podemos deixá-lo só por casa. Exige cuidados, muita paciência e disponibilidade. A Crioula traz-me imensas coisas, agora não via a minha vida sem ela, mas é uma responsabilidade enorme porque nos muda a vida. O que ela me dá em termos de companhia e amor é incomparável. Tornamo-nos responsáveis por aquele ser e ele gosta de nós desinteressadamente. Não interessa se somos ricos, pobres, feios ou bonitos. Gosta de nós genuinamente”, explicou ao Delas.pt Amy Davies.

Para que Crioula não fique todo o dia sozinha em casa enquanto a dona trabalha como agente de navegação, Amy inscreveu-a no Recreio Canino, uma creche para cães com o objetivo de responder da melhor forma às necessidades dos donos sem nunca esquecer o bem-estar dos animais de estimação.

“É como uma ATL para cães onde eles socializam uns com os outros. Hoje em dia os cães passam muito tempo sozinhos, o que não era normal no início da relação homem-cão, em que os cães andavam sempre com o dono de um lado para o outro. Acabam por se habituar, mas na essência deles não é normal estarem sozinhos em casa o dia todo”, afirmou a dona de Crioula.

A cadela vai para a creche três vezes por semana. Vão buscá-la a casa às 7h30 e devolvem-na ao final do dia, por volta das 18h30. Também têm regime de Hotel Canino, mas Amy Davies leva Crioula consigo de férias sempre que pode.

“Ou vou para casas de amigos onde a posso levar ou para um Airbnb que permita ter animais. Se for para fora do país arranjo sempre uma alternativa. Normalmente a minha mãe fica com ela. Nunca iria abandoná-la, nem qualquer dono de cão que se preze faria isso. Há uma oferta de alternativas enorme. Quem tem um cão tem de estar preparado para gastar dinheiro: ração, vacinas, consultas no veterinário. É uma despesa”, acrescentou Amy Davies.

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