Os chocolates nutricionalmente menos pecaminosos

Este domingo, dia 7 de julho, assinala-se o Dia Mundial do Chocolate, aquele doce que é, provavelmente, uma das maiores perdições da gula dos comuns dos mortais. Mas não existirá, nos diferentes tipos de chocolate, um que seja menos “pecaminoso”? Sofia Oliveira Pinto, nutricionista parceira da cadeia de ginásios Fitness Hut responde.

Para os mais contidos, esta seja talvez uma oportunidade para saborear um belo quadradinho de chocolate. Para outros, este pode ser um verdadeiro ‘guilty pleasure‘ enraizado na rotina diária. Se este último caso for o seu, então este artigo talvez a possa ajudar a escolher melhor o chocolate que come.

Tal como afirma a nutricionista Sofia Oliveira Pinto, a grande variedade de chocolates disponíveis no mercado nem sempre facilita o processo de escolha daquele que será o melhor para cada pessoa. As opções são mais do que muitas e pode não ser fácil escolher o mais indicado, tendo em conta, por exemplo das calorias.

O chocolate é ou não é sempre calórico?

A resposta, de acordo com a especialista, parece ser positiva: os chocolates são sempre calóricos. “Em primeiro lugar importa perceber que o chocolate, independentemente do tipo, será sempre um alimento calórico, decorrente da quantidade apreciável de açúcar e gordura (maioritariamente saturada) que habitualmente apresenta”, começa por explicar a nutricionista, num comunicado.

Existem três tipos de chocolates disponíveis: o preto, o branco e o de leite. A diferença entre os três é a concentração de cacau de cada um. “Enquanto o chocolate de leite fica a perder comparativamente ao preto, o branco nem sequer entra na competição pelo facto de não conter cacau na sua constituição”, continua Sofia.

E se pensa que existe muita diferença, a nível energético, entre estes três tipos de chocolate, desengane-se. O que varia mesmo entre si é a lista de ingredientes e o “teor de macronutrientes que cada um representa”. Para explicar melhor esta questão, a nutricionista desenvolveu uma tabela onde são apresentados os valores médios de gordura, açúcar e energético de cada chocolate. Pode ver os dados de cada tipo de chocolate na galeria de imagens acima.

E apesar de os chocolates com maior percentagem de cacau apresentarem teores de açúcar menores, comparativamente ao chocolate de leite e branco, não são necessariamente menos calóricos que estes.

Se todos os chocolates são calóricos, qual o benefício do chocolate negro

Na verdade, o que faz bem não é propriamente o chocolate negro, mas sim o cacau, cuja percentagem está muito mais presente no chocolate negro. Dentro deste conjunto de ingredientes, presentes no cacau e que são benéficos para nós, a nutricionista destaca os polifenóis pela importante atividade antioxidante e de proteção celular que exercem, podendo desempenhar um papel relevante na diminuição de processos inflamatórios e do risco de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e cancerígenas.

Outros compostos como as metilxantinas, alguns peptídios e micronutrientes (como o magnésio e o cobre) também presentes no cacau parecem atuar de forma sinérgica sobre a inflamação e proteção celular. As metilxantinas (de que são exemplo a cafeína e a teobromina) exercem ainda um efeito estimulante no organismo, podendo contribuir para níveis de concentração superiores, afirma Sofia Oliveira Pinto.

“O cacau é ainda fonte de triptofano, um aminoácido precursor de serotonina que, por sua vez, constitui um neurotransmissor importante na regulação do humor e bem-estar”, acrescenta. Mas, tal como tudo, é preciso conta, peso e medida, e não é por estes motivos que devemos comer chocolate sem limites – até porque continuam a existir significativos níveis de açúcar, gordura e, claro, calorias.

A especialista fala-nos ainda sobre outros alimentos que podem trazer o mesmo tipo de efeito que o chocolate, mas que não contêm tantos malefícios: “Se o objetivo é aumentar o consumo de antioxidantes, é possível fazê-lo através da ingestão de outros alimentos com teores de gordura e açúcar bem mais modestos, como é o caso da fruta, dos hortícolas e do chá (particularmente o chá verde)”.

“Se procura no chocolate um aliado contra o mau-humor, saiba que alguns dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer habitualmente sentidos após o seu consumo são também libertados aquando da prática de exercício físico”.

Com tudo isto, este é então o chocolate que deve comer

O objetivo da nutricionista não é, afirma, desencorajar o consumo de chocolate, mas sim “apelar ao seu consumo consciente, até porque enquadrado num estilo de vida ativo e saudável e no âmbito de uma alimentação completa, variada e equilibrada nenhum alimento deve ser visto como proibido“, ressalva Sofia Oliveira Pinto.

“Se gosta de chocolate, escolha o que lhe dá mais prazer comer e saboreie-o sem sentimento de culpa, sempre em quantidades moderadas.”

Percorra a galeria de imagens acima e veja os valores de açúcar, gordura e energético de cada tipo de chocolate.

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