DiCaprio quer proteger o mundo do dilúvio

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Leonardo DiCaprio volta a ser protagonista de um filme mas num registo novo para aqueles que seguem a sua carreira. Em ‘Before the Flood’, um documentário com preocupações ambientalistas, entrevista líderes religiosos e responsáveis políticos, mas também cientistas e académicos sobre as mudanças climáticas e o que pode ser feito para as evitar.

‘Before the Flood’ estreia-se este domingo, às 22.30, em 171 países e em 45 línguas, no National Geographic Channel e esta segunda-feira, em sinal aberto, a RTP1 transmite o documentário às 21.00. O filme tem um elenco de estrelas, dada a quantidade de líderes mundiais a participar, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o secretário-geral da ONU, Ban-Ki moon, o Papa Francisco ou ainda Elon Musk e Bill Clinton.

O popular ator é aqui apresentado como um ativista ambiental que alerta para vários problemas prejudiciais ao mundo, sugerindo ações e soluções práticas para que a iniciativa de cada cidadão possa contribuir para evitar uma catástrofe no planeta. DiCaprio viaja pelos 5 continentes e Ártico e fala com cientistas, líderes mundiais, ativistas e moradores locais para obter uma compreensão mais profunda deste tema complexo. A ideia é investigar soluções concretas para o mais urgente desafio ambiental do nosso tempo. Em declarações à CBS, o ator destaca as alterações climáticas como “a mais monumental questão que a nossa geração e a próxima terão de enfrentar, e precisamos de a resolver rapidamente”.

Dedicado a uma questão que considera pessoal, referiu que gosta de manter a sua vida “o mais privada possível”, mas que neste caso, como narrador do filme, quer “ocupar o lugar central”, como “alguém que coloca questões de uma forma que as pessoas serão capazes de digerir melhor”.

Estreado no Festival de Cinema de Toronto, ‘Before the Flood’ conta com a realização de Fisher Stevens, que também assinou ‘The Cove’, documentário sobre o massacre de golfinhos, que conquistou o Óscar em 2009, e produção executiva de Martin Scorsese, parceiro de DiCaprio em vários projetos cinematográficos. A banda sonora, já disponibilizada na Internet, é assinada por Trent Reznor (dos Nine Inch Nails) e Atticus Ross.

Stevens defende esta produção como uma oportunidade para que as pessoas saibam “a verdade sobre todos os danos que já foram causados ao planeta e quanto tempo temos até encontrar soluções que evitem o colapso do ecossistema”. E alerta: “Não podemos fechar os olhos e esperar que o problema se resolva sozinho.”

O realizador diz ter esperança de “que este documentário chame a atenção para o destino implacável que nos espera caso não façamos nada”. “É uma questão complexa e parece fora do nosso controlo, mas a verdade é que precisamos de usar o nosso voto, fazer ouvir a nossa voz através do voto e eleger líderes que acreditem nas conclusões científicas sobre as alterações climáticas, que acreditem em verdades empíricas. Se não o fizermos e perdermos a nossa voz nestas eleições, em última análise não vamos fazer a diferença neste tema”, adianta DiCaprio.

Na digressão mundial para a rodagem do documentário viveram momentos de grande risco. De acordo com declarações de Fisher Stevens, o protagonista quase morreu afogado durante uma expedição às ilhas Galápagos, em 2010. “Eu fazia mergulho com o Edward Norton. Descemos e vimos mais de 300 raias, foi um ótimo mergulho. O Leo foi com a Sylvia [mergulhadora Sylvia Earle] e o Edward ficou à minha frente. Vinte minutos depois, tinha-os perdido a todos de vista. Até que percebi que o Leo já quase não conseguia respirar porque a botija de oxigénio estava a esvaziar. O Edward precisou de o salvar”, contou o cineasta.

As imagens, que agora fazem parte do filme, foram as primeiras a ser recolhidas, pois foi durante esta viagem que o ator e o realizador se aproximaram, surgindo a vontade de produzir o documentário.