Um estudo recente levado a cabo por investigadores da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos da América, indica existir uma relação entre o plano alimentar cetogénico (dieta keto e nem sempre consensual) e a regulação da menstruação. “Seis mulheres que não menstruavam há mais de um ano, e que sentiam que os ciclos típicos delas tinha acabado, eles recomeçaram com a dieta”, justificou a principal autora do estudo e cientista, Madison Kackley, citada em comunicado de imprensa.
O estudo acompanhou uma modesta amostra de 19 mulheres saudáveis, com uma idade média de 34 anos e sobrepeso, durante seis semanas. O grupo pequeno, mas relevante segundo a investigação, foi dividido em três subgrupos, cada um seguindo planos dietéticos diferentes. Um deles apenas cumpriu a dieta cetogénica – caracterizada por um plano alimentar com baixo teor de hidratos de carbono e maior teor de gordura, procurando levar o corpo a aumentar a cetose -, um segundo combinou a dieta com suplementos um terceiro que cumpriu uma dieta com baixo teor de gordura. Todas as refeições, durante o mês e meio de estudo, foram cedidas pela equipa para existir controlo sobre os resultados.
De entre as conclusões, 11 de 13 mulheres que chegaram à cetose reportaram mudanças nos ciclos menstruais, quer em matéria de frequência, quer em intensidade, ao mesmo tempo que perderam gordura corporal por via da dieta. Quem tomava anticoncecionais orais não registou alterações.
“Estamos a tentar mudar as coisas para as mulheres e dar-lhes algum controlo, algo que historicamente não tivemos sobre nosso status reprodutivo”, analisa a principal investigadora do estudo, falando de uma pesquisa que, apesar de se suportar numa amostra reduzida, “é incrivelmente importante”, reitera Madison Kackley.
Os investigadores acreditam que o processo de produzir moléculas decorrentes da cetose podem ir mais além da questão do peso, podendo ganhar papel de destaque na regulação da saúde hormonal feminina e, com isso, poder ser porta aberta para tratamentos de várias doenças características das mulheres e que podem ir, defende a equipa que publicou o estudo na revista PLoS One (e que pode ler no original aqui), são síndrome dos ovários poliquísticos até à depressão pós-parto.