Difamação após violência doméstica. Amber Heard vai pagar a Johnny Depp, mas recusa assumir condenação

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Amber Heard e Johnny Depp [Fotografia: Montagem Daniel LEAL and Tiziana FABI / AFP]

Meses depois de um polémico e escandaloso julgamento, Amber Heard revela que chegou a acordo com Johny Depp e após ter sido condenada em processos de difamação e após ter revelado ter sido vítima de violência doméstica.

Porém, após longa ponderação, a atriz revela e explica que a decisão de pagar um milhão de dólares a Depp (cerca de 940 mil euros) não é, de maneira nenhuma, uma concessão ou uma aceitação de culpa. “Não fiz nenhuma assunção. Este não é um ato de concessão. Não há restrições ou mordaças em relação à minha voz, no futuro”, escreve Heard, que revela ter tomado esta decisão “após muita ponderação” e “para resolver o caso de difamação movido contra pelo ex-marido na Virgínia”.

As mulheres não deveriam enfrentar abuso ou falência por falar a verdade, mas infelizmente isso não é invulgar”, sublinha, e prossegue: “É importante dizer que nunca escolhi isto. Defendi a minha verdade e, ao fazê-lo, a minha vida como eu a conhecia foi destruída”, acrescenta a atriz, que deita por terra a justiça norte-americana, comparando-a ainda com a britânica. “Perdi toda a fé em obter justiça no sistema jurídico dos EUA” e diz que o ator venceu o julgamento por “popularidade e poder” e exclusão de indícios pelo tribunal.

 

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“Fui exposta a um tipo de humilhação que simplesmente não posso reviver. Mesmo que o meu recurso nos EUA seja bem-sucedido, o melhor resultado seria um novo julgamento, no qual um novo júri teria que ponderar novamente as provas. Simplesmente não posso passar por isto pela terceira vez”, vinca ainda a atriz na nota em que revela e explica a sua decisão em chegar a acordo com Johnny Depp.

Se a luta contra o alegado autor de violência doméstica culminou desta forma, Amber Heard diz querer prosseguir noutro sentido. “O tempo é precioso e quero gastá-lo de forma produtiva e com propósito. Durante muitos anos, estive presa num processo legal árduo e caro, que se mostrou incapaz de me proteger e ao meu direito à liberdade de expressão. Não posso arriscar uma conta impossível – que não é apenas financeira, mas é também psicológica, física e emocional”, escreve.

Por isso, quer voltar-se para a realidade no terreno. “Quero dedicar o trabalho que me ajudou a recuperar após o divórcio, trabalho que existe em domínios nos quais me sinto vista, ouvida e acreditada, e nos quais sei que posso efetuar mudanças. Não serei ameaçada, desanimada ou dissuadida pelo que aconteceu ao falar a verdade. Ninguém pode e ninguém vai tirar-me isso. A minha voz continua a ser para sempre o bem mais valioso que tenho.”