A diferença salarial entre géneros pode contribuir para depressão e ansiedade nas mulheres. Esta é a conclusão de um estudo norte-americano, da Escola Mailman de Saúde Pública, da Universidade de Colúmbia, que acompanhou 22.581 adultos empregados, entre os 30 e os 65 anos.
A investigação revelou que as mulheres com salários mais baixos do que os homens, tendo ambos níveis similares de educação e de experiência, tinham 2,5 vezes mais probabilidades de sofrer de depressão do que eles. Em contrapartida, as mulheres que tinham níveis salariais muito idênticos aos dos homens, não apresentavam sinais de depressão diferentes deles.
“Embora se considere que as diferenças de género, na área de depressão e ansiedade, tenham origens biológicas, estes resultados sugerem que elas são construídas socialmente, indicando que as disparidades de género nos transtornos psiquiátricos são maleáveis, resultantes de um tratamento injusto”, explicou Katherine Keyes, uma das autoras do estudo.
“Os estigmas sociais que atribuem às mulheres determinados empregos, que as retribuem com valores mais baixos do que aos homens, e que criam disparidades de género nas tarefas domésticas têm consequências físicas e psicológicas [para elas]”, lamentou, por sua vez, Jonathan Platt, outro dos autores.