Dior apresenta coleção de alta costura em homenagem à Ucrânia

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[Fotografia: EPA/Mohammed Badra]

Maria Grazia Chiuri, diretora artística das coleções femininas da casa de moda parisiense, enfatizou sobriedade e elegância na nova coleção. Composta por cores naturais, materiais foscos, bordados sofisticados e patchwork de renda, as peças querem ter um toque artesanal.

A proposta mais elaborada desta coleção é um vestido longo, que aparenta ser simples, mas tem um plissado que levou dois meses para ser feito. “Quanto mais trabalho, mais invisível”, aponta Chiuri.

O espírito que guiou esta coleção “é complexo: a covid ainda não terminou e há uma guerra na Europa. Sou sensível a tudo o que nos está a acontecer”, explica a criadora italiana à AFP. “É muito importante permanecer positivo”, acrescenta.

Chiuri convidou a artista ucraniana Olesia Trofymenko, de 39 anos, para idealizar e criar o set do desfile, celebrado no museu Rodin de Paris. A primeira vez que a designer viu as obras da artista foi em Roma, a capital italiana, após o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro. “As suas imagens chamaram-me à atenção, que mostram um desejo de renascer apesar da guerra”, disse.

A diretora artística queria algo “com vida”, recordou Trofymenko à AFP antes do desfile, no qual as modelos andavam diante de gigantescos painéis coloridos bordados, realizados a partir de uma foto do pátio da sua casa de campo, onde se refugiou durante a guerra.

“A minha primeira reação foi ‘sabem o que está a acontecer?’, mas no final não há problema em mostrar a beleza da cultura ucraniana diante das imagens dos horrores da guerra”, disse.

A Dior apresentou as peças da nova coleção de alta-costura, na segunda-feira. 4 de julho, num desfile que homenageou as paisagens bordadas de uma artista ucraniana.

com agências