O discurso emotivo e poderoso de Beyoncé nos CFDA

Singer-Songwriter Beyonce Knowles arrives at the Met Gala in New York
Singer-Songwriter Beyonce Knowles arrives at the Metropolitan Museum of Art Costume Institute Gala (Met Gala) to celebrate the opening of "Manus x Machina: Fashion in an Age of Technology" in the Manhattan borough of New York, May 2, 2016. REUTERS/Eduardo Munoz

Beyoncé Knowles ganhou ontem o prémio de ícone da moda nos CFDA Awards, os mais importantes prémios do mundo da moda. Ao contrário do que é habitual a cantora, revelou-se extremamente emocionada e fez um discurso que foi muito além dos típicos agradecimentos, falando de duas das mulheres mais importantes da sua vida e lembrando a importância e poder que a moda tem na vida das pessoas.

“Desde que me lembro que a moda faz parte da minha vida. Muitos de vocês não sabem mas a minha avó era costureira. Os meus avós não tinham dinheiro suficiente, não podiam pagar a educação da minha mãe na Escola Católica, então a minha avó vendia roupa aos padres e às freiras e fazia os uniformes para os estudantes em troca da educação da minha mãe. Ela passou este dom da costura à minha mãe e ensinou-lhe o que sabia. Quando começámos as Destiny’s Child, as marcas não queriam vestir quatro miúda negras com curvas e nós não podíamos pagar vestidos de designers. A minha mãe foi rejeitada em todos os showrooms de Nova Iorque. Mas tal como a minha avó, ela usou o seu talento e criatividade para realizar os nossos sonhos. A minha mãe, e o meu tio Johnny, desenharam todos os nossos primeiros fatos e fizeram tudo à mão, pregaram cada pedra e cristal individualmente, puseram muita paixão e amor em cada um dos detalhes. (…) Isto é tão mais profundo que qualquer nome de uma grande marca…

Na verdade a minha mãe desenhou o meu vestido de noiva, o vestido do meu baile de finalistas, o meu primeiro vestido para os CFDA Award, o primeiro que usei nos Grammys, e a lista continua. Isto para mim é o verdadeiro poder e potencial da moda. É uma ferramenta que nos ajuda a encontrar a nossa identidade, forma de expressão e força. Isto transcende o estilo, é uma cápsula do tempo com todos os nossos momentos marcantes. Por isso agradeço à minha mãe, à minha avó e ao meu tio. Obrigada por me terem mostrado que ter uma presença forte é muito mais do que as roupas que vestimos e do que a nossa beleza física. Obrigada por me ensinarem a nunca aceitar um não como resposta. Obrigada por me mostrarem como correr riscos, e viver a vida segundo as minhas próprias condições.

Também quero agradecer a todos os designers que trabalham incansavelmente para fazerem as pessoas sentirem que podem escrever a sua própria história. São todos fadas madrinhas, e mágicos, e escultores, por vezes até um pouco terapeutas. Encorajo-vos a não se esquecerem do poder que têm, não o levando de ânimo leve. Temos a oportunidade de contribuir para uma sociedade onde cada rapariga possa olhar para um cartaz ou para uma revista e ver o seu próprio reflexo. A alma não tem cor, não tem forma. Tal como o vosso trabalho, vai muito mais longe do que aquilo que os olhos podem ver. Têm o poder de mudar perceções, de inspirar e de empoderar. Mostrar às pessoas como aceitar os seus defeitos e falhas e a ver a verdadeira beleza e força que está dentro de todos nós. ”